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“Uma das
maiores burlas dos nossos tempos
terá
sido o prestígio da imprensa;
Atrás do jornal, não vemos os escritores,
compondo a sós o seu artigo.
Vemos as massas que o vão ler e que,
por compartilhar dessa ilusão,
o repetirão como se fosse o próprio oráculo”
(Joaquim Nabuco).
Este
não é um texto em defesa de ninguém.
Este
não é um texto em defesa de um governo e seu projeto.
Este
não é um texto em defesa tal ou qual partido político. Claro, é um texto
político.
Este
é um texto construído com angústia, preocupação e lamento de um circo de terra
batida e lona furada. Portanto, pequeno, com pouco alcance, pouca influência.
Mas
temos nosso público e nossos poucos artistas. Tá bom pra gente.
Já
faz um tempo em que dizemos que “tem coisa errada aí” e bastante perigosa. Religião misturada com Estado, Lei antiterrorismo, a Cultura sendo encarcerada, a imprensa fazendo acordo com o protecionismo do Capital, a lama, as crianças, os negros... tudo dando sinais, o tempo todo.
E,
para fins destas reflexões, não é apenas o que está óbvio, ou seja, a
seletividade jurídica e jornalística que, à bem da verdade, existe desde antes
de quando ainda preocupava-me apenas com “será
que amanhã será um grande dia de futebol na rua?”.
Afinal
de contas, o que tem de falcatrua PESADA nos governos de São Paulo, Goiás, Rio
de Janeiro (só para não ter que desenhar o mapa do país), do DEM, PSDB, PMDB (não vai caber, também, as siglas) e não vemos nem
Imprensa voraz e nem Justiça verdadeira avançando significativamente, como
diria o velho ditado, “não tá no gibi”.
Ou
seja, por enquanto, apenas o óbvio: nós temos uma mídia seletiva, que tem
partido, que sabe o que quer e o que não quer e age, em nome de um perigoso e
frágil conceito e prática de “Liberdade de Imprensa”, em favor disso. E o Sistema Judiciário brasileiro como parceiro... e o contrário.
Como
disse, apenas o óbvio.
Então, o que nós, neste picadeiro de terra batida, estamos vendo?
A
relação mídia e justiça... não apenas de parceria, mas quase umbilical (ou talvez, no final das contas,
sempre foi).
Penso
que não precisamos detalhar muito os segredos desta relação, ao mesmo tempo que
me parecem em permanente estado de obscura-ação.
Pois
bom...
Dizem
“da verdade”, em tempos hoje, que “cada uma tem a sua”. Assim sendo (se assim
fosse), “Alethéia, to kathéna échei tous”
* é a expressão de alguma verdade.
A
questão é que essa verdade, numa sociedade burguesa, movida pelo Capital, por
interesses de consumo e riqueza (e, de riqueza, já falamos aqui), destruição ambiental e o escambal, no
final ao cabo, tenta na verdade... que não é a mesma verdade... estabelecer a
fronteira entre razão e religiosidade. Entre o que se quer aqui, e a redenção quando não mais estiver por aqui.
Nesta expressão,
portanto, está a manifestação de se construir uma imagem dos novos (e ainda atuais) proprietários de
uma Cultura Alethéia... de uma Arte Alethéia... de uma Educação Alethéia. Portanto, também uma noção capital e proprietária de uma
Política e uma Justiça Alethéia. Juntinhas. Cúmplices e mútuo-celebrativas.
Não é, portanto, uma relação de troca. É uma relação de sobrevivência.
Não é, portanto, uma relação de troca. É uma relação de sobrevivência.
Mesmo
que seja apenas uma especulação, mas também acreditando que podemos fazer boas
provocações ou, pelo menos, ajustar as perguntas, o que temos nesta relação é
quase que uma “Síndrome do Tostines”. A Justiça está sempre presente e forte
porque a Mídia está fortalecendo a instituição ou a Mídia está sempre a vontade
porque orienta politicamente a Justiça?
Ou
seja. Se Tostines vendia mais ou não por estar sempre fresquinho, o fato era
que a Propaganda era a mediadora da marca. Não o quanto vendia, nem o quanto estava fresquinho.
Assim o
é com o que assistimos com o nome de Alethéia. Ela, a Verdade, é a propaganda.
E a propaganda sempre esconde o conteúdo do que se vende, informando outra
coisa, que não o produto. E o fantástico é que isto está na própria apelidada Alethéia... uma caminho da verdade. A que pretendo provar.
O
que a Verdade esconde aqui?
O
Ministro Marco Aurélio Melo (insuspeitosíssimo conservador da ordem em nome da
justiça no STF) nos deu a resposta: “Amanhã constroem um paredão na Praça dos
Três Poderes”.
Mas
atenção: os “paredões” já estão funcionando em nossa terra brasilis... De postes a linchamentos pela aparência, de
Candelária ao Cabula na essência.
Sacaram a Alethéia?
Sacaram a Alethéia?
O
resto é o que todo mundo está vendo. Ainda que com entendimentos e leituras
diferentes e divergentes.
Venham
Todos!
Venham
Todas!
* Tradução do “google tradutor”: “Verdade, cada
um tem a sua”, em grego
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