não sente as correntes
que o prentem"
(Rosa Luxemburgo)
A
greve (não apenas nas Universidades Federais, mas nelas em particular) continua
e, segundo dados, vem avançando.
Segundo
a ANDES, são 30 seções sindicais (lembrando que algumas não estão vinculadas ao
ANDES e, sim, ao famigerado PROIFES – que assinou um acordo em 2012 sem
qualquer representatividade e legitimidade) e, na região Norte (minha casa
institucional), todas as IFES pararam.
As
razões, ainda que não todas, sobre o porquê se faz necessário cruzar os braços
já foram expostas aqui. Seria deveras repetitivo, ainda que se trouxesse novos
dados (como o cancelamento da Educação do Campo na UFPA, a suspensão de bolsas “sanduíche”
para programas de pós-graduação, a interrupção de apoio a participação de
eventos científicos – que é obrigatório para quem está fazendo pós, diga-se de
passagem), penso e sinceramente acredito que até os docentes que continuam com
suas atividades acadêmicas tem acordo que a coisa está complicada.
–
Mas continuam dando aula, pô! (Palhaço).
–
É, Strovésio... é o argumento que já criticamos aqui de “não quero prejudicar
os alunos”, dentre outros. Tentando se esconder atrás de cortina de fumaça.
Daí,
o movimento de greve – que é sempre o que sofre mais, que faz mais sacrifícios,
que se expõe mais etc. – acaba, por necessidade, tendo que construir
estratégias.
E
vejam que diferença gritante.
De
um lado, os que “furam greve” (já escutei professor dizer exatamente assim, “vou
furar greve!”) tem, como única estratégia...
– Tchan-tcha-tchan!!!! (Palhaço)
Nenhuma
estratégia... Simples. A estratégia de quem não adere a greve é simplesmente
continuar fazendo a mesmíssima coisa que fazia. Talvez um “– Olha! Deixa eu dizer
porque não parei!” em sala de aula, o que, claro, não é estratégia nenhuma.
De outro
lado, o Movimento Grevista... como fortalecer a luta? Como fortalecer a greve
(último instrumento de qualquer trabalhador)? Como trazer a sociedade? Como
enfrentar a “criação” de novos Sindicatos que querem apenas legitimar os
acordos? Como vencer a desinformação da mídia e dos jornais?
–
Caraca, essa é difícil! (Palhaço)
Daí, vem
do Pará (mas já constatei em outras universidades), mais uma ação corajosa: fecharam
os portões da UFPA, em Belém...
camaradas da ADUFPA - me representam!!!!!!! |
Já vimos
isso em Castanhal, quando os técnicos administrativos, em greve (2012) fecharam
os portões...
Quer
dizer.
Não tem
portão em Castanhal...
Mas
fecharam o acesso e, nos anos seguintes, fecharam a porta do prédio
administrativo.
– Mas,
Castanhal é uma ilha... (Palhaço)
– Pois
é, Strovésio.
Mas não é
a primeira vez que fechar portões se torna estratégia, e é preciso sair do
miudinho da história e percebê-la enquanto mais um instrumento de luta da
classe trabalhadora.
Outras
Universidades fecham e fecharam portões e acessos em momentos de greve.
Metrôs e
Trens fecham portões e acessos em momentos de greve (já tentaram fazer o contrário,
como foi o caso dos metroviários de São Paulo que, em 2013, sugeriu manter o
serviço de trens, mas com catraca livre... a Justiça não autorizou).
Trabalhadores
da Construção Civil fecham portões e acessos em momentos de greve.
Fábrica da Toyota - Sorocaba - 2013 |
Belo
Monte fecha portões e acessos em momentos que são até maiores do que greve, mas
de sobrevivência, humanidade, cidadania e meio ambiente.
Belo Monte |
A Petrobrás tem uma história épica, nos anos 1990 (1995, para ser mais exato), com a paralização em defesa da empresa e contra sua privatização. E fecharam portões...
Assembleia de Petroleiros - 1995 |
E não é
apenas por essas terras que se fecham portões.
Não...
decididamente fechar portões não é um ato antidemocrático, como bradam vocês,
não importam como se entendam... Fechar portões é uma ação a mais, e sempre
mais difícil a quem a assume. Mas continua sempre sendo em defesa daquilo que
seus críticos ACHAM que defendem.
Por
aulas, por pesquisa, por ações na/com a comunidade, pela formação, pelo
compromisso da Universidade com o crescimento e desenvolvimento do nosso país
e, principalmente, da população que mais necessita dela.
Os
mesmos motivos, portanto...
Nada
como “fechar portões” para mostrar às pessoas (aos que proclamam que “greve não
serve pra nada” ou aos patrões) o quanto são importantes manterem-nos abertos.
Venham Todos!
Venham
Todas!
Fechemos
os portões e fiquemos em frente deles...
PS.: antes
que ladrem, aqui, sobre o contra-ponto dos portões fechados no Instituto de
Geologia da UFPA, semana passada, vai a nota da ADUFPA: http://www.adufpa.org.br/693/ADUFPA-retifica-informa%C3%A7%C3%A3o-e-refor%C3%A7a-a-necessidade-de-di%C3%A1logo-.html
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