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VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

A greve III... Fechar portões...




"quem não se movimenta
não sente as correntes
que o prentem"
(Rosa Luxemburgo)




            A greve (não apenas nas Universidades Federais, mas nelas em particular) continua e, segundo dados, vem avançando.
            Segundo a ANDES, são 30 seções sindicais (lembrando que algumas não estão vinculadas ao ANDES e, sim, ao famigerado PROIFES – que assinou um acordo em 2012 sem qualquer representatividade e legitimidade) e, na região Norte (minha casa institucional), todas as IFES pararam.
            As razões, ainda que não todas, sobre o porquê se faz necessário cruzar os braços já foram expostas aqui. Seria deveras repetitivo, ainda que se trouxesse novos dados (como o cancelamento da Educação do Campo na UFPA, a suspensão de bolsas “sanduíche” para programas de pós-graduação, a interrupção de apoio a participação de eventos científicos – que é obrigatório para quem está fazendo pós, diga-se de passagem), penso e sinceramente acredito que até os docentes que continuam com suas atividades acadêmicas tem acordo que a coisa está complicada.
            – Mas continuam dando aula, pô! (Palhaço).
            – É, Strovésio... é o argumento que já criticamos aqui de “não quero prejudicar os alunos”, dentre outros. Tentando se esconder atrás de cortina de fumaça.
            Daí, o movimento de greve – que é sempre o que sofre mais, que faz mais sacrifícios, que se expõe mais etc. – acaba, por necessidade, tendo que construir estratégias.
            E vejam que diferença gritante.
            De um lado, os que “furam greve” (já escutei professor dizer exatamente assim, “vou furar greve!”) tem, como única estratégia...
–  Tchan-tcha-tchan!!!! (Palhaço)
Nenhuma estratégia... Simples. A estratégia de quem não adere a greve é simplesmente continuar fazendo a mesmíssima coisa que fazia. Talvez um Olha! Deixa eu dizer porque não parei!” em sala de aula, o que, claro, não é estratégia nenhuma.
De outro lado, o Movimento Grevista... como fortalecer a luta? Como fortalecer a greve (último instrumento de qualquer trabalhador)? Como trazer a sociedade? Como enfrentar a “criação” de novos Sindicatos que querem apenas legitimar os acordos? Como vencer a desinformação da mídia e dos jornais?
– Caraca, essa é difícil! (Palhaço)
Daí, vem do Pará (mas já constatei em outras universidades), mais uma ação corajosa: fecharam os portões da UFPA, em Belém...
camaradas da ADUFPA - me representam!!!!!!!
Já vimos isso em Castanhal, quando os técnicos administrativos, em greve (2012) fecharam os portões...
Quer dizer.
Não tem portão em Castanhal...
Mas fecharam o acesso e, nos anos seguintes, fecharam a porta do prédio administrativo.
– Mas, Castanhal é uma ilha... (Palhaço)
– Pois é, Strovésio.
Mas não é a primeira vez que fechar portões se torna estratégia, e é preciso sair do miudinho da história e percebê-la enquanto mais um instrumento de luta da classe trabalhadora.
Outras Universidades fecham e fecharam portões e acessos em momentos de greve.
Metrôs e Trens fecham portões e acessos em momentos de greve (já tentaram fazer o contrário, como foi o caso dos metroviários de São Paulo que, em 2013, sugeriu manter o serviço de trens, mas com catraca livre... a Justiça não autorizou).

Trabalhadores da Construção Civil fecham portões e acessos em momentos de greve.
Fábrica da Toyota - Sorocaba - 2013
Belo Monte fecha portões e acessos em momentos que são até maiores do que greve, mas de sobrevivência, humanidade, cidadania e meio ambiente.
Belo Monte
A Petrobrás tem uma história épica, nos anos 1990 (1995, para ser mais exato), com a paralização em defesa da empresa e contra sua privatização. E fecharam portões...
Assembleia de Petroleiros - 1995
E não é apenas por essas terras que se fecham portões.
 
Metrô de Atenas - Grécia - 2013
Não... decididamente fechar portões não é um ato antidemocrático, como bradam vocês, não importam como se entendam... Fechar portões é uma ação a mais, e sempre mais difícil a quem a assume. Mas continua sempre sendo em defesa daquilo que seus críticos ACHAM que defendem.
Por aulas, por pesquisa, por ações na/com a comunidade, pela formação, pelo compromisso da Universidade com o crescimento e desenvolvimento do nosso país e, principalmente, da população que mais necessita dela.
Os mesmos motivos, portanto...

Nada como “fechar portões” para mostrar às pessoas (aos que proclamam que “greve não serve pra nada” ou aos patrões) o quanto são importantes manterem-nos abertos.

Venham Todos!
Venham Todas!

Fechemos os portões e fiquemos em frente deles...

PS.: antes que ladrem, aqui, sobre o contra-ponto dos portões fechados no Instituto de Geologia da UFPA, semana passada, vai a nota da ADUFPA: http://www.adufpa.org.br/693/ADUFPA-retifica-informa%C3%A7%C3%A3o-e-refor%C3%A7a-a-necessidade-de-di%C3%A1logo-.html


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