Menina com seu gato sob o guarda-chuva em um dia chuvoso, de Natalie-art |
“Confie
em Deus
sobre
todas as coisas.
Mas
não deixe o gato na chuva
que
ele vai pegar gripe”
(Li em algum lugar, não
sei onde...
e era "jumento" no lugar de "gato")
Boas novas no mundo da Cultura...
Reportagem do Jornal do Commercio,
de PE, nos apresenta uma boa lição. Importante, mas que precisa ser também
localizada nas lutas e nas resistências e, mais ainda, quem luta, porque luta,
por quem luta, contra o que luta, contra quem luta e por aí vai...
Faz dez dias que fizemos aqui
nossas preocupadas reflexões sobre a relação perigosa entre Cultura e Lei, citando
situações em Belém, Pernambuco e Salvador.
Destes, Pernambuco deu algum
resultado...
Em síntese, o tal Deputadozinho
que apresentou a Lei (assinada pelo governadorzinho de PE, à qual já dei
opinião também) recuou e apresentou novo Projeto de Lei (271/2015) que revoga a
natimorta Lei 15.516/2015.
Mas...
– Mas, lá vem tu com “mas”... Oxi!
(Palhaço)
– Olho aberto, Strovésio... Sempre
com o olho aberto!
Uma primeira coisa que não nos
atentamos na postagem de 1º de junho, diz respeito à votação do PL que se
transformou em Lei.
Primeiro, aquela assembleia tem 49
Deputados Estaduais, sendo 15 do Partido do Governador. Nada mal, se
considerarmos as coligações e coisa e tal. Mas, no frigir dos ovos, é uma
Assembleia com 18 Partidos representados (mesmo aqueles com apenas um/a
parlamentar).
Por que essa informação é
importante aqui? Simples:
– Então, Nelson Rodrigues estava
certo quando dizia que “Toda unanimidade
é burra”???
– Tipo isso... até porque ele
completava com “quem pensa com a
unanimidade não precisa pensar”... ou seja, também é preguiçosa.
Dizíamos dia 1º de junho e não
recuamos um único passo: “Belém e
Pernambuco são berços (não os únicos, claro) que estão correndo sério risco de
terem sua maternidade aterrada na história”.
O fato de, depois de muita pressão
de inúmeros artistas e a população organizada (organizada e esclarecida, certo?
Não a confunda aqui com Brasil Livre, #VemPraRua e esses lixos fascistas), a
Assembleia ter recuado, dizendo que “ah! reconhecemos que erramos na redação”
não causa nenhum, absolutamente nenhum alívio.
Isso porque desmascara que uma
Assembleia com 49 Deputados/as (alguns já bastante veteranos), que aprova uma
Lei Estadual que fala de um elemento que, em Pernambuco, é quase combustível simbólico
dos pernambucanos, SEM NENHUMA REPRESENTATIVIDADE daqueles que produzem cultura
no Estado.
Não teve um unicozinho, uma
sombrazinha de titica sequer de um voto contra??? Umzinho? Umzinhozinho???
Aliás, basta uma olhada na vasta
gama de manifestações artísticas, expressas em diferentes práticas corporais e
ritmos, e transmitidas de geração à geração para saber que este tema mereceria,
acima de tudo, uma profunda consulta popular, câmara de debate, diálogos
institucionais, sei lá, o escambal de conversa....! Mas, não houve...
Por outro lado, não é menos
importante (e vitorioso) celebramos, mesmo de longe, este acontecimento, e pelo
mesmo motivo: 49 deputados, talvez nem todos, terão que recuar.
– Mas, se o recuo for unânime,
então, é um recuo burro? (Palhaço)
– É, e não é, Strovésio...
– Va-le-i-me-Piolin!!!!
Demonstrará, certamente, que se trata de um
parlamento burro. Não apenas isso, pois se trata de um parlamento que não
conhece o povo. E que, se recuar por unanimidade, será, também, uma unanimidade
duplamente burra. Aprovou sem entender, voltou atrás também sem entender...
E aí está o “X” da questão:
Essa Lei (a aprovada) e sua
história que nos leva ao ponto que agora celebramos mostra o que já falamos
também em 1º de junho: as casas legislativas estão perigosas. O recuo, pela
matéria do Jornal do Commércio, se dá por “questões de redação”, o que
significa que o ideário privatista da cultura expresso na construção desta Lei
que “ensurdeceu-se” aos clamores que já existiam continua presente.
Avançar um passo não
necessariamente significa que nossos inimigos (não dá para usar outro adjetivo
aqui) sequer recuaram um passo... quanto mais tudo o que já caminharam até aqui
e os demais caminhos já caminhados.
Quer um exemplo?
Sim... este caso é da Câmara
Municipal do Recife... Mas, tá tudo ligado... Rouba-se (por interesses
privados) a Cultura de um povo assim como rouba-se sua cidade, seu bairro, sua
rua. Lugar onde a Cultura se encontra.
Foto: Alexandre Belém/Acervo JC imagem |
Não dá para dormir... o inimigo
não dorme.
Venham Todos!
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