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quinta-feira, 11 de junho de 2015

A Cultura e a Lei... e o povo organizado...

Menina com seu gato sob o guarda-chuva
em um dia chuvoso, de Natalie-art



“Confie em Deus
sobre todas as coisas.
Mas não deixe o gato na chuva
que ele vai pegar gripe”
(Li em algum lugar, não sei onde...
e era "jumento" no lugar de "gato")

  


            Boas novas no mundo da Cultura...
              Reportagem do Jornal do Commercio, de PE, nos apresenta uma boa lição. Importante, mas que precisa ser também localizada nas lutas e nas resistências e, mais ainda, quem luta, porque luta, por quem luta, contra o que luta, contra quem luta e por aí vai...
              Faz dez dias que fizemos aqui nossas preocupadas reflexões sobre a relação perigosa entre Cultura e Lei, citando situações em Belém, Pernambuco e Salvador.


              Destes, Pernambuco deu algum resultado...


              Em síntese, o tal Deputadozinho que apresentou a Lei (assinada pelo governadorzinho de PE, à qual já dei opinião também) recuou e apresentou novo Projeto de Lei (271/2015) que revoga a natimorta Lei 15.516/2015.
              Mas...
              – Mas, lá vem tu com “mas”... Oxi! (Palhaço)
              – Olho aberto, Strovésio... Sempre com o olho aberto!
              Uma primeira coisa que não nos atentamos na postagem de 1º de junho, diz respeito à votação do PL que se transformou em Lei.
              Primeiro, aquela assembleia tem 49 Deputados Estaduais, sendo 15 do Partido do Governador. Nada mal, se considerarmos as coligações e coisa e tal. Mas, no frigir dos ovos, é uma Assembleia com 18 Partidos representados (mesmo aqueles com apenas um/a parlamentar).
              Por que essa informação é importante aqui? Simples:
              A Lei foi aprovada por unanimidade.
              – Então, Nelson Rodrigues estava certo quando dizia que “Toda unanimidade é burra”???
              – Tipo isso... até porque ele completava com “quem pensa com a unanimidade não precisa pensar”... ou seja, também é preguiçosa.
              Dizíamos dia 1º de junho e não recuamos um único passo: “Belém e Pernambuco são berços (não os únicos, claro) que estão correndo sério risco de terem sua maternidade aterrada na história”.
              O fato de, depois de muita pressão de inúmeros artistas e a população organizada (organizada e esclarecida, certo? Não a confunda aqui com Brasil Livre, #VemPraRua e esses lixos fascistas), a Assembleia ter recuado, dizendo que “ah! reconhecemos que erramos na redação” não causa nenhum, absolutamente nenhum alívio.
              Isso porque desmascara que uma Assembleia com 49 Deputados/as (alguns já bastante veteranos), que aprova uma Lei Estadual que fala de um elemento que, em Pernambuco, é quase combustível simbólico dos pernambucanos, SEM NENHUMA REPRESENTATIVIDADE daqueles que produzem cultura no Estado.
              Não teve um unicozinho, uma sombrazinha de titica sequer de um voto contra??? Umzinho? Umzinhozinho???
              Aliás, basta uma olhada na vasta gama de manifestações artísticas, expressas em diferentes práticas corporais e ritmos, e transmitidas de geração à geração para saber que este tema mereceria, acima de tudo, uma profunda consulta popular, câmara de debate, diálogos institucionais, sei lá, o escambal de conversa....! Mas, não houve...
              Por outro lado, não é menos importante (e vitorioso) celebramos, mesmo de longe, este acontecimento, e pelo mesmo motivo: 49 deputados, talvez nem todos, terão que recuar.
              – Mas, se o recuo for unânime, então, é um recuo burro? (Palhaço)
              – É, e não é, Strovésio...
              –  Va-le-i-me-Piolin!!!!

               Demonstrará, certamente, que se trata de um parlamento burro. Não apenas isso, pois se trata de um parlamento que não conhece o povo. E que, se recuar por unanimidade, será, também, uma unanimidade duplamente burra. Aprovou sem entender, voltou atrás também sem entender...
              E aí está o “X” da questão:
              Essa Lei (a aprovada) e sua história que nos leva ao ponto que agora celebramos mostra o que já falamos também em 1º de junho: as casas legislativas estão perigosas. O recuo, pela matéria do Jornal do Commércio, se dá por “questões de redação”, o que significa que o ideário privatista da cultura expresso na construção desta Lei que “ensurdeceu-se” aos clamores que já existiam continua presente.
              Avançar um passo não necessariamente significa que nossos inimigos (não dá para usar outro adjetivo aqui) sequer recuaram um passo... quanto mais tudo o que já caminharam até aqui e os demais caminhos já caminhados.
              Quer um exemplo?
              http://www.ocupeestelita.com.br/

              Sim... este caso é da Câmara Municipal do Recife... Mas, tá tudo ligado... Rouba-se (por interesses privados) a Cultura de um povo assim como rouba-se sua cidade, seu bairro, sua rua. Lugar onde a Cultura se encontra.
Foto: Alexandre Belém/Acervo JC imagem
              Não dá para dormir... o inimigo não dorme.
              Venham Todos!
              Venham Todas!

              Vida Longa!




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Marcelo "Russo" Ferreira