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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O Golpe Final – Parte II: O Sapo e o Escorpião...


“Canalhas! Canalhas! Canalhas!”... não me importa a autoria e o contexto...
“Canalhas! Canalhas! Canalhas!”

Este não é um texto em defesa do Governo Dilma... pra ficar claro aos que ainda entendem que existem apenas dois lados: o do governo e o da “oposição.”
Ao final deste dia, com uma conjuntura já definida há tempos, não foram poucos os textos, crônicas e análises políticas, somados aos inúmeros documentos de apoio à presidenta afastada Dilma Rousself (mas sem a perda de direitos – o que é o tiro no pé ao pensarmos em Eduardo Cunha).
Talvez, e portanto – considerando o tamanho deste picadeiro de terra batida e lona furada de circo – não iremos acrescentar muita coisa, ou observações melhores.
Mas, inxiridos que somos, ainda assim faremos.

Sapo e Escorpião: www.revistamda.com.br

Diz a lenda que, certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio. Educadamente, disse “Sapinho, meu amigo. Você poderia me carregar até a outra margem deste rio?”, ao que o sapo respondeu: “Eu seria um tolo, se o fizesse, pois irás me picar, ficarei paralisado e vou afundar!”. Mas, retrucou o escorpião, dizendo “Tolo seria eu, caro Sapinho, pois se eu o fizesse, afundaríamos os dois!”.
Era uma lógica da qual o Sapo se convenceu e, assim, concordando, colocou o escorpião nas suas coisas e começou a atravessar o rio, ao que, repentinamente, sentiu um frio seguido de intensa dor. O Escorpião havia cravado-lhe seu ferrão.
“O que fizestes?”, exclamou o Sapinho. “Morreremos afogados os dois, agora! Por que me  picastes?”.
“Sinto muito”, respondeu o Escorpião... “É minha natureza!”.

A parábola, claro, é conhecida, inclusive pelos que se vestem de escorpião, ao observamos o cenário que hoje se findou... aparentemente.
Conseguiu ferrar o sapinho (e não estou fazendo expressão comparativa ou alegórica, apenas sendo fiel a parábola) e se safar do afogamento. Experiente escorpião (agora é expressão comparativa alegórica), não apenas sabia como fazer para não se afogar, como acomunou-se com uma boa dúzia de aves de rapina (e um escorpião de helicóptero) para suspendê-lo antes de afundar.
Os que estavam com o sapinho, que se fossem com ele.
Sobre o golpe Parlamentar, nada de novidade... até mesmo para o nobre senador por Rondônia, Acir Gurgacz...



– Ou seja, Russo... Senado tal qual Câmara de Deputados... tudo farinha do mesmo saco... (Strovézio).
– E por falar em farinha...

Senador que foi pego em flagrante helicóptero com 500 kg de pasta básica de cocaína votou...
Senador que conseguiu quebrar o próprio recorde de presença no Senado (o Aécio, três dias seguidos) votou...
Senador, caladinho, que perdeu o cargo de Ministro da Casa Civil por denúncias graves e de explícito interesse de acabar com a Lava Jato (Romero Jucá), votou...

– Da Lava Jato, não sabemos nem se os carros da presidência estão limpos (Strovézio).
– E a pois, meu caro Palhaço.

Senador aos montes, respondendo a processo por corrupção (e, portanto, com uma enorme OBRA de “Conjunto da Obra”) votaram...
Aquele senador que tem sua história marcada pela defesa da Educação (o Cristovam Buarque), esse nem merece destaque.
Votos que se justificaram por dizerem que “Dilma só falava a mesma coisa” (em que pese as perguntas serem as mesmas) e que Deus era testemunha daquele momento (palavras da advogada de acusação e, portanto, colocando Deus em nome da Lei... tô lascado de vez).

Ao que tudo indica, 61 votos (e não descartaria os outros 20) foram dados por homens e mulheres que, pelo cargo que ocupam (mesmo com as considerações acima), são homens e mulheres de bem.
Pois bom...

Imagem: representação de Plínio na Catedral de Como (Itália)
Diz-se, na literatura acadêmica, que o conceito romano de “orador” é, em síntese, o homem por excelência e, assim, Catão definiria que o “homem de bem (vir honrus)”, é o homem “hábil na arte de falar”. Não faltaram desses no Senado Federal.
Neste “conjunto da obra”, é como observarmos o político de nosso país, pois é ele, segundo a acepção romana, o homem expresso como orador e, assim, “é o verdadeiro político, o homem nascido para administração dos assuntos públicos e privados, capaz de reger um Estado com os seus conselhos, de estabelece-lo mediante leis, e de reforma-lo pela justiça” (Quintiliano, citando “Plínio, o Moço” – Obras Compleas de 1853)...
Enfim, este seria o “homem de bem”.
Portanto, bastaria aos nobres senadores e senadoras, todos/as eles/as, se reportarem à sua inquestionável qualidade de homens e mulheres de bem para defenderem seus votos. Talvez (mas não) nos poupariam de tamanha verborragia hipócrita.
Mas, o que nos preocupa é o que vem por aí.
Na pauta do governo temer-nosferatus, o que já é claro e público: ataque brutal aos direitos da Classe Trabalhadora, a entrega das riquezas em sua totalidade (tava quase) para os interesses estrangeiros, a destruição do Estado brasileiro, o mais rápido possível e a proteção ao capital.
Do que veio, durante mais de ano, constituindo este cenário que se configura hoje, as investigações e o combate a corrupção, estarão de vez enterradas... Nenhum dominó cairá...
Idiotas de Panelas na mão, camisas da CBF e o escambal “ilharão” em silêncio profundo e consentido.
As Leis que se seguirão no Congresso, cada vez mais violentas... e acreditem, podem ser mais que já as são.

– E os professores e professoras da Universidade Pública ali, quietinhos, num “Não é comigo!” da gota... (Strovézio).
– E a pois de novo, meu nobre palhaço... um “e a pois” de indignação com os meus pares mais próximos.

E ainda virão as eleições municipais e as articulações entre “golpistas” e “golpeados” em quase DOIS MIL municípios...

Vislumbramos sem “visionaríces” o que está por vir, com mais uma citação da história:
A Comédia de Plauto – Os Cativos – um dramaturgo romano do período republicano de antes de Cristo, narra o diálogo de um escravo que tinha a função de “capitão do mato” da época a prisioneiros que, antes disso, eram cidadãos. Algo como pensar na nossa burguesia silenciada que, antes, tinha pelo menos o voto como algo de valor.
 
Um senhor (direita) e seu escravo (esquerda) numa flíax (espécie de drama burlesco).
Cratera siciliana, c. 350 – 340 a.C.. Museu do Louvre, Paris
“Desde que esta é a vontade dos deuses, é necessário que vos submetais à vossa desgraça. Não há outra maneira de torna-la menos penosa. Sei que éreis de condição livre, mas, uma vez que, agora, sois prisioneiros, fareis mais ligeira a nossa servidão se vos mostrardes mais submissos à vontade do amo. Um amo jamais se equivoca; até o mal que os fez deve ser olhado como um bem”.

Se Deus foi testemunha do Julgamento de Dilma no Senado... Se a ideia de democracia é nos submetermos ao que virá, como prisioneiros do que o Capital (Meios de Comunicação, Latifundiários, Empreiteiros, Banqueiros etc.) determina... Se o que vimos é a mais nobre e verdadeira expressão de certeza política, econômica e jurídica de nosso país... e a tudo isso querem que agradeçamos...



A Luta nos Convida! Talvez mais do que nunca, nos últimos tempos...

Venham Todos!
Venham Todas!


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Marcelo "Russo" Ferreira