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| o que veres no piso não é a cor original... |
“E quando ouvir
o silêncio sorridente
de São Paulo
diante da chacina!”
(Haiti – Caetano Veloso)
Eram 2 de outubro de 1992.
Tempos paulistanos, que se encerrariam dali a alguns poucos meses.
Morava no Bairro de Santa Terezinha. De lá até
a região do Carandiru, não era longe. Eu mesmo fazia aquele trecho a pé (20
minutos mais três estações de metrô... economizava o metrô).
A cobertura foi em tempo real.
Programas como "Aqui e Agora" (do SBT paulistano) e outros da linha "Brasil Urgente!" tinham orgasmos de audiência.
O governador? Um tal de Luiz Antonio Fleury
Filho... Salvo engano, do PMDB. Sempre o PMDB.
Um mês após a chacina, assumia o novo
Secretário de Segurança Púbica de São Paulo, um tal de (hoje) “michel
nosferatus temer capacho de marionete do capital” que, sobre a mesma,
recomendou repouso e meditação dos policiais envolvidos.
Em 1993, Caetano lança Tropicália 2. Lembro
dele e Gil cantando “Haiti” no dominical programa do Fausto Silva e quando a
letra menciona soava melodicamente “[...] não importa nada, nem o
traço do sobrado, nem a lente do Fantástico...”,
me perguntava: “eita... deixaram passar? Na casa deles?”.
Pois bom...
Mais de 20 anos depois, neste país que é rápido
para aprovar ganhos e mais ganhos para a justiça e com uma justiça marcada com
seu compromisso com o poder (e seus ganhos), tudo vira...
... pó da justiça.
Eram 111 presos colocando a vida de homens
armados em risco, segundo a justiça paulista, agora, em 27 de setembro.
Mas esperei 2 de outubro...
Depois de Carandirú? Corumbiara, Carajás...
Belo Monte? Mariana?
Tantos e tantos atos de proteção da justiça aos
interesses do capital.
Eram 111 presos, indefesos... mas presos...
eram quase todos pretos... ou quase pretos... ou quase brancos, quase pretos de
tão pobres...
Mas...
“E quando você for dar uma volta no Caribe.
E quando
for trepar sem camisinha
E apresentar
sua contribuição inteligente no Bloqueio a Cuba...”
... Lembre-se de 2 de outubro..
Parem Todos!
Parem Todas!
... tem alguma coisa errada...
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