RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Tentado explicar...

www.estadodedireito.com.br



“[...] quando excepcionalmente se chega a reconhecer o nexo interno entre as formas de existência sociais e políticas de certa época, via de regra isso acontece no momento em que essas formas já passaram da idade e estão em decadência” (F. Engels)




Pensamos nestes dias em que tudo acontece rápido e mais ainda silenciosamente (e os porões da ditadura civil-empresarial-militar já nos mostraram que coisas assim, em silêncio, é sempre perigoso) em tentar fazer uma síntese, pra ver se até a gente entende melhor e mais o que está acontecendo.
Está mais ou menos assim...
Um certo dia a democracia representativa brasileira entra em festa. Destas festas que tem muito dinheiro, muita música, muitos artistas, muitos políticos (claro, é pra eles a festa) e muito dinheiro...

– Russo... já tinhas falado “muito dinheiro”... (Palhaço)
– É que a festa teve dinheiro que se sabia e muito dinheiro que não se sabia, Strovézio.
– Ah! Saquei...

Pois bom.
No final da festa, teve presidentA que voltou ao cargo que já ocupava, mais uma tuiazinha de senadores, uns 500 e tantos deputados federais e outros trocentos estaduais Brasil afora, mais um pouco mais de duas dúzias de governadores. Registre-se: o pior que poderíamos imaginar de baixa qualidade.
Empreiteiras, Empresários, Bancos, Mineradoras, Latifundiários e uma dezena e meia – elevada a alguma potência (matemática e financeira) – ficaram aparentemente satisfeitos, afinal, bancaram deus e o diabo... Ou, como diria o bom e velho Engels, agiram publicamente com uma mistura da “inocência da pomba e a prudência da serpente”.
Mas, havia um detalhe nesta mistura: a pomba faz sujeira pra dedéu (e dizem até que faz mira) e a serpente... ah! a Serpente...


Quem não ganhou ficou p. da vida e quem ganhou ficou fumado, uma manifesta sensação de “ganhou e não levou”.
Daí, a coisa ficou assim:
A Presidenta não presidia, porque o Presidente da Câmara era mais poderoso que ela.
O presidente da Câmara era mais sujo que pau de galinheiro e como no Congresso o que não falta é galo, tava bem servido e acompanhado.
Os que não levaram, mas estavam bem acomodados politicamente fizeram “mimimi”, porque reclamaram da derrota “em casa” (aquela, em MG, na qual o ex-governador “mais bem avaliado” levou dois “sabãos” nas urnas).
Disseram: “dane-se! Vou aprofundar o conflito!”... e mandaram ver.
Daí, teve um tal de “estelionato eleitoral”, ou seja, os que votaram é que não levaram... Ah! Os Bancos, Empreiteras, Latifundiários, Mineradoras entraram na onda e se juntaram ao “top” dos Empresários para cobrar a fatura do que sabia-se e do que não sabia-se.
A imprensa? Ah!, a imprensa a gente já sabe, né?
Mas aí, juntou um povo fãzérrimo de futebol e intolerante com a corrupção. Encheram as ruas (teve dia que nem encheram tanto assim) sempre aos domingos. Povo trabalhador, sabe? Durante a semana não dá.
Vermelho? Passou a ser cor odiada... Internacional/RS, América/RJ ou América/RN, Náutico/PE, CRB e sei lá quantos times de futebol ficaram preocupados com essa onda... só pra ficar no futebol.
Daí, uma parte da tuizinha, dos 500 e tantos e aqueles que bancaram a festa foram pra cima.
Tentaram recontar votos... não deu, ideia natimorto.
Tentaram anular a chapa que ganhou (e não levou)... ops, metade da chapa é “parcêra, aí, ó!”. Banca até o pau de galinheiro (que vive lotado).
Tentaram umas cinquenta denúncias de impeachment... Mais de cinquenta!!!
Daí, o parcêro dono do pau de galinheiro vira réu. E transforma a presidenta em ré no dia seguinte.
A imprensa anunciou a primeira situação... e não falou mais no assunto no dia seguinte, com a segunda situação. Esta, passou a ser matéria jornalística de todos os dias!
Imagina você escutar, todos os dias: “Você é chato!”... Uma hora as pessoas acreditam, visse?
Entaum...
O réu primeiro vai prum tal “Conselho de Ética”... novela mexicana... e não acabou ainda.
A ré segunda é impinchada... até Deus mandou ela descansar 180 dias (ou menos)
– E andar de bicicleta, né, Russo? (Strovézio)
– ... de bicicleta? Ela já não fazia isso, Strovézio?
– Sim... mas, tipo assim... bicicleta, pedalar... dar umas “pedaladas”, sacou? Hein? Hein?
– Eita...

Pois bom...
Daí, o vice assumiu.
Colocou advogado do PCC e o terror dos estudantes secundaristas paulistas na Justiça...
Colocou um mendoncinha-fantoche na Educação, que abriu a educação para o que existe de pior no conservadorismo brasileiro; colocou representantes de todos os níveis da educação privada brasileira; acabou com os programas de formação EJA, do Campo etc.; mudou os rumos do debate da base curricular nacional para a educação básica; passou a régua no Fórum Nacional de Educação... e ainda vem uma tuia de coisas.
No Ministério da Ciência e Tecnologia... ops! Não tem mais... Pra que, né? Coisa supérflua “du canário”.
Saúde? Política Pública para ampliação do Placebo e a distribuição de livros de fé a médicos de todo o Brasil. É o Programa “Mais Médicos com Fé e Placebo”... E o SUS, que já ia mal, vai pro espaço...


– E ainda vai botar o mosquito da dengue na linha, pois anda muito indisciplinado (Strovézio).

Mas isso não é tudo.

O tal “combate a corrupção” foi a maior piada pronta da história recente do país...
Latifundiários? Mas quando... tem até uns que são parlamentares e respondem a processos por trabalho escravo. Só não sei por que não “caiado” ainda...
Empresários? Aff.... estão aí, caladinhos e tramando para o fim absoluto dos Direitos Trabalhistas (já tão atacados no país e no mundo).
Bancos? Feliz da vida. Nunca deixaram de lucrar e, agora, com o DNA do Itaú (aquele, da Marina Silva candidata) no Banco Central.
Mineradoras???
Eita que merece até parágrafo próprio.
Acabaram com a fauna e a flora ao longo do Rio Doce, de Minas ao Espírito Santo, matou gente, destruiu cidades e, depois de mais de 7 meses, seguem em banho-maria acerca da responsabilização da Vale... Ganham flexibilização nas normas de licenciamento para mais e novas explorações e ainda perseguem professor no Pará!

– Viva Evandro Medeiros! O Gigante!

A mídia? Essa é covarde... não merece muitas explicações.

Mas, tem mais...
A justiça brasileira dando um de seus piores e mais parciais exemplos de atuação. Não sei... e olha que já tivemos tempos de justiça apenas nos quartéis e nos porões do DOI-CODE (que já eram um terror em si)...
Vaza gravações de um lado da política: nada de errado!
Vaza gravações de outro lado (que é o mesmo “lado”): um absurdo!
Hoje, a sujeira tá pior do que estava e o silêncio é ensurdecedor... o tal michel temer não fez um mês e já rodou uns tantos ministros (que continuam sob “proteção” de poderosos e, portanto, com poder contínuo).
O golpe? Não dá nem pra dizer mais que não teve (mas continuam dizendo).

Tava complicado... e tá pior e mais rápido agora.
E ainda tem o que acontece, todo dia, no submundo da política e suas nefastas relações com os endinheirados daqui e alhures.

Mas, como dissemos: como tentar contar toda essa história sem muita cerimônia? O que há, no final das contas, por trás disso tudo?

Bom...
Deixamos para o “velho barbudo”, nossa principal referência neste picadeiro de terra batida e lona furada:


“Veio, enfim, um tempo em que tudo aquilo tornou-se objeto que, outrora, os homens consideravam inalienável tornou-se objeto de troca, de tráfico, podendo alienar-se. Trata-se do tempo em que as próprias coisas que, até então, eram transmitidas, mas jamais trocadas, oferecidas, mas jamais vendidas, conquistadas, mas jamais compradas – virtude, amor, opinião, ciência, consciência etc. –, trata-se do tempo em que, finalmente, passa pelo comércio. O tempo da corrupção geral, da venalidade universal ou, para expressá-lo em termos de economia política, o tempo em que todas as coisas, morais ou físicas, tornando-se valores venais, devem ser levadas ao mercado para que se aprecie o seu mais justo valor” (Karl Marx)



Venham Todos!
Venham Todas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira