Ribs: Cientista Político (sem formação, segundo ele) |
“Aquele que não conhece a verdade
é simplesmente um ignorante (aquele
que ignora)
Mas aqueles que a conhece e diz que
é mentira,
Este é um criminoso”
(Bertold Brecht)
Esses
últimos dias, creio que não apenas nosso humilde e respeitável público, mas
também muita gente além lona furada de circo tomou nota de muitas notícias...
mas, três delas estão expressas aqui, neste texto... em certa “ordem” temporal.
I
– O Rompimento da Barragem da Empresa Samarco, em Mariana/MG, da qual nós já
nos pronunciamos. Aliás, após a publicação, as coisas pioraram em todos os
sentidos;
II
– A ocupação de Escolas Públicas em São Paulo (inicialmente na capital e
seguido da região metropolitana e interior. Hoje, 17 de novembro, as notícias
falam de 38 escolas ocupadas, segundo a Revista Fórum;
III
– O atentado em Paris, com cerca de 140 mortos (inicialmente), realizado pelo
Estado Islâmico, na noite de 13 de novembro. Uma sexta feira 13 (que, para nós,
é apenas um dia do mês em um dia da semana) que não foi a pior em termos de
atentados à vida em nossos tempos atuais.
Apenas
esses três fatos foram suficientes para deixar os artistas deste picadeiro de
terra batida com perguntas sem respostas, respostas sem perguntas. Isso não é
incomum, aqui. Afinal, não somos um BLOOOOOG, tipo Blog de blogueiro. Somos um
circo, em que a nossa dinâmica particular também influencia nossa capacidade de
sistematizar nossas reflexões.
Buscamos,
mesmo assim, algo mais... simples: o que há em comum nestas três situações (e,
claro, outros acontecimentos não menos importantes)...
–
Senta que lá vem viagem... (Palhaço)
–
Talvez, Strovézio... talvez...
A
barragem Mariana (e também tem a de Santarém, com riscos de rompimento)
pertence às todas poderosas Vale e BHP Billiton (anglo-australiana). Elas são
poderosas porque mandam (mais aqui, menos ali) nos governos e nos legislativos dos
países onde atuam. Definem Leis que “flexibilizam” a atuação das mineradoras,
sua exploração, sua segurança com trabalhadores e população onde atuam e com o
meio ambiente...
–
Tem lógica... pra elas, se já é “meio” ambiente, deixa logo sem nada...
(palhaço)
–
Piada infame, Strovézio...
Recebe
multa de 250 milhões e, depois, a determinação de elaborar um plano de
recuperação de 1 bilhão... O primeiro é, digamos, imediato. O Segundo é
parcelado... Em 2014, a SAMARCO (ou seja, nem a Vale, nem a BHP) lucrou 2,4
Bilhão...
Não
sabemos quanta pessoas de fato morreram. Quantos animais (domésticos e
selvagens) morreram. Quanto da flora se perdeu... Um Rio (o Rio Doce) já é
considerado morto e não se tem ideia de quanto tempo a região se recuperará...
Se se recuperará. Os povos locais, inclusive indígenas, choram a dor que as
minerados não conhecem. Santa Cruz do Escalvado, que era um espaço de vida e
lazer da população local, está absolutamente tomado pela lama... Entenda:
A-B-SO-LU-TA-MEN-TE tomada pela lama.
O
que não foi alterado nisso tudo: os lucros da Mineradora. Da filha (SAMARCO) e dos
Padrinhos (Vale e BHP)...
–
Hei... o padrinho foi Fernando Henrique Cardoso... FHC... que rima com BHP!
(Palhaço).
As
Escolas em São Paulo estão passando com um maldito “processo de reestruturação”.
O Secretário Estadual de Educação já esteve até no Roda Vida (que já não é o
mesmo a muito tempo) defendendo a proposta e declarando abertamente a defesa da
privatização da Educação Pública no Estado.
Estudantes
ocupam as Escolas. Teve diretora que não gostou. Teve pais e professores que
apoiaram pra dedéu. Venceu o apoio.
Eram
estudantes, ocupando e preservando as Escolas que o Governo Estadual quer
acabar. Jovens, muitos adolescentes, defendendo uma educação pública sucateada
pelo mesmo Governo (assim como vem fazendo o Governo Federal com as
Universidades e Institutos Federais).
A
Justiça paulista chegou a lançar mão de “reintegração de posse”... Voltou
atrás. O Governador manda a polícia. E não só a PM, mas também aquelas usadas
em conflitos de ruas e tals. Em princípio, para garantir a reintegração de
posse. Agora, anda pacífica. Passeio no site da Secretaria de Segurança Pública
de SP, que nem menciona essa ação...
–
Dããããã... claro que não, né? (Palhaço).
–
Mas o mais “legal”, Strovézio. Primeiro, é certo que muitos dos homens e
mulheres da segurança pública paulista TÊM seus filhos estudando em Escola
Pública. Imagina a contradição que vivenciam. Além disso, no final de semana
teve Fórmula 1, em São Paulo. Daí, “cai” em nossa plateia um senhor chamado
Sargento Galesco, que posta o lanche que PM’s receberam para exercer a
segurança na Corrida do último domingo... Foram 12 horas de trabalho em um
evento particular.
E
por fim, os atentados em Paris... Violento.
Essa
semana, praticamente essa foi a notícia. Bandeiras da França (ou suas cores) em
“tudo” quanto foi lugar. Loooooongas matérias jornalísticas, com uma pausasinha
aqui, outra ali, pra falar de Mariana/MG e da Seleção Brasileira de Futebol, em
semana de Eliminatórias.
Atentados
mundo afora não comovem nem a Imprensa, nem o Velho Mundo, nem o “feicebuque”.
Claro, tem as exceções. Mas, no geral, a dor é do assassinato de europeus ou
quem está na Europa. Mundo afora, não...
E
essa não é uma fala a toa, é preciso deixar bem claro. Estamos falando de um
grupo que se fortaleceu nas últimas décadas (o Estado Islâmico) e que foi
armada, fortemente armada justamente pelos países que hoje são atacados. O que
foi a invasão ao Iraque? O que foi a tal “Primavera Árabe”? O que está sendo na
geopolítica os ataques à Síria? O que é o silêncio às ações de Israel contra a
Palestina? E os DOIS MIL nigerianos assassinados pelo Boko Haram?
...
quantas bandeiras e cores deixamos de expressar?
Mas,
o que há em comum nestas três situações e suas adjacências?
O
Capital... o lucro...
As
Mineradoras – e isso é mundo afora – pouco se importam com a segurança de seus
funcionários, com o meio ambiente, com os povos no entorno, com a vida presente
onde estão atuando. O que garante seus lucros é o baixo custo do que fazem e os
altos lucros do que exploram. Comprar pareceres, Leis, silêncios é sempre mais
barato.
As
escolas públicas sucateadas, esvaziadas e fechadas é mais espaço para o quase “imparável”
processo de privatização da Educação. A Educação deixa de ser direito, passa a
ser “coisa”, aquilo que se compra e se vende... e dá lucro.
A
Guerra tem, de um lado, a disputa por privatização de petróleo, água, minérios.
E as armas. O maior mercado mundial (disputa com o financeiro, especulativo) é
o da tecnologia armamentista. Só os EUA concentram 49% do mercado de armas no
mundo. E não vendem armas apenas para “países de bem”...
A
exploração de minérios e outras riquezas é um negócio lucrativo... A Educação é
um negócio lucrativo... A Guerra é um negócio Lucrativo...
Percebamos...
a cada dia que passa, há mais o que fazer... há muito o que fazer... e há necessidade
de fazermos.
Venham
Todos!
Venham
Todas!
E não precisou desenhar dessa vez, o desenho foi com as palavras. Organizou, didatizou...clareou os acontecimentos e com tamanha maestria e como sempre, "palhaceou " e "stroveziou, provocando o riso - tímido ( por conta de tanta tragédia, não poderia ser outro riso) de canto de boca...assim é realmente uma viagem ler os textos de Marcelo Russo. Estamos apreciando o espetáculo. Porque é livre, popular e principalmente brincante!!! Valeu!!! Cláudia Azevedo
ResponderExcluirSalve, Claudia...
ExcluirFicamos honrados com suas palavras. À bem da verdade, gostaríamos de experimentar mais outros temas, mais brincantes até... Mas, em tempos bélicos tão fortes, anda difícil...
Sigamos Avante... porque é preciso...
Vida Longa!
E não precisou desenhar dessa vez, o desenho foi com as palavras. Organizou, didatizou...clareou os acontecimentos e com tamanha maestria e como sempre, "palhaceou " e "stroveziou, provocando o riso - tímido ( por conta de tanta tragédia, não poderia ser outro riso) de canto de boca...assim é realmente uma viagem ler os textos de Marcelo Russo. Estamos apreciando o espetáculo. Porque é livre, popular e principalmente brincante!!! Valeu!!! Cláudia Azevedo
ResponderExcluirSalve, Claudia...
ExcluirFicamos honrados com suas palavras. À bem da verdade, gostaríamos de experimentar mais outros temas, mais brincantes até... Mas, em tempos bélicos tão fortes, anda difícil...
Sigamos Avante... porque é preciso...
Vida Longa!