“Naquela
mesa ele sentava sempre
e
me dizia sempre o que é viver melhor.
Naquela
mesa ele contava histórias
que
hoje na memória eu guardo e sei de cor.
Naquela
mesa ele juntava gente
e
contava contente o que fez de manhã.
E
nos meus olhos era tanto brilho
que
mais que seu filho
eu
fiquei seu fã”
(Naquela Mesa – Sergio Bittencourt)
Eu era criança ainda...
Eram
tempos em que a família estava mais concentrada em São Paulo: tios, tias,
primos, primas, vó... pessoas próximas à família.
Mas,
tempos depois, passei a entender que eram tempos de tensão, apreensão e
vigilância coletiva constantes às sombras da Ditadura Militar.
–
Ditadura Civil, Militar, Empresarial, Latifundiária... (Palhaço).
–
Com certeza, Strovézio... Pior são os que tem saudades dela.
Mas,
mesmo com pouquíssimas lembranças do velho Hiram, meu avô, não faltaram
histórias que, ao longo do tempo, puderam ser contadas entre as pessoas da
família e amigos, com o coração mais leve.
Recentemente,
em uma mesa de bar, escutando um Chorinho “de prêma”, os primeiros acordes
surgem e eis que a canção quem embala este texto inicia.
A
primeira coisa que lembrei, claro, foi do meu avô e de como painho, mainha,
tias, meu padrinho de batismo (Miguelzinho, um comunista) falavam dele. A cena, em minha
memória, reconheço, é um pouco confusa. Mas, em um papo rápido com minha Tia
Zodja (atriz de primeira, dubladora) ela mais ou menos confirmou o que essa
memória suspeitava:
–
Sempre recordávamos do papai quando ouvíamos essa música!
E
lá vou aos meus 10 ou 11 anos... Em casa... Painho, Mainha, Padrinho e mais
outras pessoas. E de repente, na velha “vitrola”, Nelson Gonçalves cantava e
todos em casa sorriam... Pois é, eu via sorriso na lembrança do Pai, do Sogro,
do Amigo...
“Naquela
mesa tá faltando ele
e
a saudade dele tá doendo em mim”.
Neste
3 de outubro, 102 anos do nascimento de Hiram de Lima Pereira, só lembrava
desta música.
Lá,
onde escutava o Chorinho, até tinha uma cadeira vazia... Na mesa em que eu estava
sentado.
Levanto
meu copo em direção aos companheiros que tocavam. Brindo e balbucio:
– Viva Hiram!
– Viva Hiram!
https://www.pinterest.com/pin/304837468502877284/ |
–
Vida Longa!
Eles
não entenderam. Possivelmente não entenderam... Mas, também celebraram...
Também celebraram!
Hiram
de Lima Pereira, SEMPRE Presente!
Venham Todos!
Venham Todas!
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