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sábado, 3 de outubro de 2015

Naquela mesa tá faltando... Hiram...






            “Naquela mesa ele sentava sempre
            e me dizia sempre o que é viver melhor.
            Naquela mesa ele contava histórias
            que hoje na memória eu guardo e sei de cor.
            Naquela mesa ele juntava gente
            e contava contente o que fez de manhã.
            E nos meus olhos era tanto brilho
            que mais que seu filho
            eu fiquei seu fã”
            (Naquela Mesa – Sergio Bittencourt)




Eu era criança ainda...
            Eram tempos em que a família estava mais concentrada em São Paulo: tios, tias, primos, primas, vó... pessoas próximas à família.
            Mas, tempos depois, passei a entender que eram tempos de tensão, apreensão e vigilância coletiva constantes às sombras da Ditadura Militar.
            – Ditadura Civil, Militar, Empresarial, Latifundiária... (Palhaço).
            – Com certeza, Strovézio... Pior são os que tem saudades dela.
            Mas, mesmo com pouquíssimas lembranças do velho Hiram, meu avô, não faltaram histórias que, ao longo do tempo, puderam ser contadas entre as pessoas da família e amigos, com o coração mais leve.
            Recentemente, em uma mesa de bar, escutando um Chorinho “de prêma”, os primeiros acordes surgem e eis que a canção quem embala este texto inicia.
            A primeira coisa que lembrei, claro, foi do meu avô e de como painho, mainha, tias, meu padrinho de batismo (Miguelzinho, um comunista) falavam dele. A cena, em minha memória, reconheço, é um pouco confusa. Mas, em um papo rápido com minha Tia Zodja (atriz de primeira, dubladora) ela mais ou menos confirmou o que essa memória suspeitava:
            – Sempre recordávamos do papai quando ouvíamos essa música!
            E lá vou aos meus 10 ou 11 anos... Em casa... Painho, Mainha, Padrinho e mais outras pessoas. E de repente, na velha “vitrola”, Nelson Gonçalves cantava e todos em casa sorriam... Pois é, eu via sorriso na lembrança do Pai, do Sogro, do Amigo...

            “Naquela mesa tá faltando ele
            e a saudade dele tá doendo em mim”.

            Neste 3 de outubro, 102 anos do nascimento de Hiram de Lima Pereira, só lembrava desta música.
            Lá, onde escutava o Chorinho, até tinha uma cadeira vazia... Na mesa em que eu estava sentado.
            Levanto meu copo em direção aos companheiros que tocavam. Brindo e balbucio:
            
           – Viva Hiram!
https://www.pinterest.com/pin/304837468502877284/

            – Vida Longa!

            Eles não entenderam. Possivelmente não entenderam... Mas, também celebraram... Também celebraram!

            Hiram de Lima Pereira, SEMPRE Presente!



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