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sábado, 11 de julho de 2015

O Racismo... de novo? Ou de todo dia?

http://f5.folha.uol.com.br/televisao/2015/07/1651301-maju-coutinho-do-jornal-nacional-e-vitima-de-racismo-nas-redes-sociais-comentarios-causam-revolta.shtml?cmpid=facefolha

            Algumas vezes já caminhamos por este tema. Temos, claro, um humilde limite: a nossa educação “sorrateiramente” racista.
            Não vou ousar dizer que em casa aprendi a ser racista. Claro que não... Mas, também não foi em casa que aprendi o que é ser racista, o que é o racismo, o que é ser negro aqui e para longe daqui.
            Não culpo ninguém.
            Mas, é preciso lembrar: aprendi a ser racista, na TV, em que apenas brancos e brancas protagonizavam novelas, filmes, jornais, comerciais e o escambal.
            Na Escola, em que mostrava os livros didáticos mostrando apenas figuras de pessoas branca, com aquelas associadas à família, ao trabalho, ao sucesso, à civilização.
            Nas ruas, nas praças, nos Bancos, nos Supermercados, nas Repartições e Escritórios... tudo muito bem “dividido”: brancos para um lado e negros para outro lado.
            Não muito diferente de hoje, à bem da verdade.
            Neste Picadeiro de terra batida e lona furada, falamos das Recomendações da 2ª Companhia da Polícia Militar de São Paulo para “abordagens a transeuntes e em veículos em atitude suspeita, especialmente indivíduos de cor parda e negra” (http://ouniversalcircocritico.blogspot.com.br/2013/01/o-universal-circo-critico-ah-o-racismo.html).
            Falamos disso quando refletíamos sobre nossas prisões e fazíamos isso regado ao fantástico e saudoso Solomon Burke, que, novamente, brinda nosso Circo nesta postagem.
            Mas as coisas sobre o racismo já beiraram o absurdo. Muitos talvez nem lembrem (ou nem saibam) da Declaração do Nobel da Ciência, o biólogo James Dewey Watson que em 2007 proferiu a pérola “todas as nossas políticas sociais estão baseadas no facto de que a inteligência deles é a mesma que a nossa – enquanto os testes dizem que não é assim”, referindo-se ao seu entendimento científico de que o negro é menos inteligente do que o branco. Essa, foi do tempo dantes deste picadeiro, num espaço maneiríssimo de pessoas fantásticas chamado ArcaMundo: http://arcamundo.blogspot.com.br/2007/10/sndrome-do-fantstico-o-racismo-parte-i.html
            Já em 2008, era uma fala do então Coordenador do Curso de Medicina da UFBA, professor Antonio Natalino Manta Dantas, em uma entrevista concedida à Folha de São Paulo (jornal que pegou uma carona va-len-do nos tempos da Ditadura Civil-Militar brasileira), afirmava: “o baixo QI dos baianos é hereditário e pode ser verificado por quem convive com pessoas nascidas na Bahia”. Acho que ele não conhecia nada da Bahia, mesmo sendo docente da UFBA: http://ouniversalcircocritico.blogspot.com.br/2008/05/o-universal-circo-crtico-o-racismo-de.html
            Outra de 2008, veio das barbaridades dos programas de TV, pontualmente os dominicais (ou seja, o que aprendi em minha infância e adolescência continuava sendo ensinado) que não precisa de muita descrição: http://arcamundo.blogspot.com.br/2007/10/sndrome-do-fantstico-o-racismo-parte-i.html
            Portanto, as coisas sobre o racismo continuam. E caminham na mesma proporção de outras problemáticas bastante sérias: homofobia, intolerância, a lenda da diminuição da maioridade penal para acabar com a violência, machismo. É um pouco-tanto do que comentávamos sobre nossas posturas espirituais e políticas.
            O Mundo tá doido... fora de qualquer propósito de humanidade... e caminha para os descaminhos mais preocupantes. E duas “cenas” vem me confirmando isso:
            A primeira não vou me aprofundar agora. Até porque tem um “q’ de óbvio da estupidez de seus criadores. As imagens da Presidente Dilma com um “fotoshop” de pernas abertas colocadas nas bocas dos tanques de gasolina de veículos. Não pesquisei muito ainda, não sei se estão concentrado em alguma região ou Estado brasileiro... Mas, por mais que eu seja um crítico do atual governo federal, nada, absolutamente nada faz inclinar-me a aplaudir ou apenas silenciar ante a esta cena que, no final das contas, é uma agressão profunda a imagem da mulher.
            Mas, a segunda é re-ve-la-do-ra. Porque, de certa maneira, acontece no ninho da burguesia midiática brasileira.

            Maria Júlia, a Maju, apresentadora do quadro sobre Previsão do Tempo do Jornal Nacional. Já ganhou elogios até da Carta Capital (que já desceu a lenha no William Bonner). Pontualmente, nos referimos aos comentários racistas feitos no quintal virtual do Jornal Nacional (no facebook, segundo notícias) contra a jornalista.
            Nem vou entrar no mérito das manifestações de “apoio” dos jornalistas do JN e da emissora com o já mantreado (mantra) “#somostodosmaju”. É legal. Mas se não citar o posicionamento firme contra a intolerância racial, para mim, não é muita coisa.
            Mas, o que é mais impressionante desta história toda é que, tenha vindo de onde veio, uma avalanche de um único grupo, um racista que abriu o comentário e deu “coragem” aos demais, etc. e tal, o acontecimento expõe muito mais:
            Expõe que realmente a sociedade brasileira é repleta de “intolerâncias escondidas”. E quando falo repleta, é para destacar inclusive aqueles que dizem não ser intolerantes, mas que não conseguem olhar para si mesmo, para os seus, para os que o/a educaram ou que estão educando e perceber que a intolerância não se combate apenas com palavras, valores escondidos, falas e frases feitas.
            No quintal virtual da Globo...
            Sinceramente, isso é mais do que revelador. É a porta aberta por quem sempre se postou em defesa da burguesia, do capital, da manipulação da informação (em forma de notícias) e, agora, não sabe o que fazer com quem frequenta sua casa e se sente muito a vontade para atacar a Maju...
           – Mas tem uma coisa que eu ainda não entendi direito...! (Palhaço).
           – Diga lá, Strovézio...
          – Porque não vimos, em fevereiro do ano passado um "#somostodosViniciusRomão"???? Será porque ele era coadjuvante da novela das seis?


Fonte: http://negrobelchior.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/negrobelchior/sites/2/2014/02/viniiiis.jpg

            – ... Acho que o público entendeu agora...
            Volto a dizer: não acho, sinceramente, não acho que este picadeiro é o espaço mais qualificado para debater racismos e outras manifestações semelhantes. Somos sempre aprendizes. E, por isso, somos sempre inquietantes...
        

            Não sei se sei quem “#somostodos!”... Mas sei que Mundo quero para este Circo celebrar.

            Venham Todos!
            Venham Todas!

            E vamos cantar "Nenhum de nós é livre enquanto um de nós está preso!"... None of us are free..


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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira