Esses dias que se passaram, duas notícias deram uma “virilada” nas redes
sociais. Talvez nem tanto quanto mereciam (e, talvez, necessitavam) e, mais
ainda, não com as consequências que precisávamos talvez testemunhar
(considerando o tanto que mereciam).
Vamos a elas e nosso sempre presente
Palhaço Strovésio comentará quando quiser. (–
Gratíssimo, meu caro andante...!)
O primeiro, que pareceu ser tratado
mais como piada do que como um caso sério, trata-se do Vereador Odilon Rocha de
Sanção do SSD (Solidariedade, aquele do Paulinho da Força que votou a favor da
terceirização), no último dia 24 de abril... Na plenária da Câmara de Vereadores
de Pauapebas/PA.
Por lá, realmente, parece-me que não
existe tantos privilégios quanto em outras Câmaras e Assembleias país afora.
Ainda assim, parece-me exagerado. Afinal, são (i) R$ 2.800 reais de combustível
e uma caminhonete alugada pela Casa, (ii) R$ 1.000 de gasto com telefone e
(iii) diárias de R$ 300,00 a R$ 800,00 para viagens. Deste último, como
servidor, a média de Diárias que recebo para atividades fora do Estado ficam na
casa de R$ 140,00, variando pra mais ou pra menos. Bom, normalmente as diárias
de hotel que pago nos lugares que fico (com café da manhã e quando bem
negociado), ficam em torno de R$ 100,00 a R$ 120,00... É... almoço e jantar com
o que sobra, normalmente tiro do bolso. Mas não reclamo.
O segundo é mais interessante:
trata-se do Juiz José Renato Nalini. O cara é a tampa de crush! Presidente do
Tribunal de Justiça de São Paulo, ele tem uma tuia de livros publicados sobre
Ética, Filosofia e Magistratura. Já foi Presidente da Academia Paulista de
Letras e tem um blog em que desce a lenha sobre corrupção e desmandos na
política. Contraditoriamente, o cara é contra a diminuição da maioridade penal.
Porém... em uma entrevista ao Jornal
da Cultura da TV Cultura (aquela, que está ficando cada vez pior, em que pese
sua história de qualidade doutros tempos), no dia 16 de outubro de 2014 (já faz
um tempinho, mas, como estávamos em época tensa de eleições, ninguém deu muita
bola), ele vaticinou...
Dizia o nobre juiz no Jornal da
Cultura, após um telespectador perguntar-lhe sobre o “auxilio moradia” de R$
4.300,00 para os juízes (– entendeu o
choro do Odilon agora? Sempre o palhaço inxirido): (i) que era para “disfarçar”
um subsídio defasado; (ii) que ele tem 27% de desconto do Imposto de Renta (– Nós também, cara-pálida!), (iii) o
Plano de Saúde (aff!); ele (o juiz em geral) tem que comprar terno – uma para
cada dia da semana – camisa e sapato decente... em Miami (– haja cabide neste guarda-roupa!), (iv) tem que ter um carro; (v)
que a justiça é expressão da soberania e, portanto, precisa estar “apresentável”;
(vi) animar os juízes e evitar que eles tenham “tanta” depressão, síndrome do
pânico e AVC... De resto, “se a justiça funcionar, vale a pena pagar bem o juiz”...
Em síntese, traduzindo as palavras
do “Excelentíssimo” Vereador Odilon das quantas e de Sua “Excelênça”, o juiz
Nalini:
Vida Digna apenas se for corrupto...
Quanto mais corrupto, mais digno e, portanto, a recíproca é verdadeira (– fiquei na dúvida sobre minha dignidade!);
Faça isso, inclusive (viver com dignidade,
tá?) na Casa do Povo, em nome do Povo e com o apoio do Povo.
E se tu não és digno e não ganhas “subsídios
disfarçados”, a resposta é simples:
Se você é professor, lembre-se: a
Educação não funciona (por isso não se paga bem professores);
Se você é gari, lembre-se: a Limpeza
Urbana não funciona (entenderam, garis do Brasil? Nem Regina Casé sabe o que é
isso).
Se você é pedreiro, servente, mestre
de obra, lembre-se: a Construção Civil não funcional (toma-te!).
Se você é médico (é, tem uns tantos
que se arrebentam), enfermeiro, agente de saúde da Rede Pública, lembrem-se: a
Saúde Pública não funciona (a dor de quem chega e cansaço de quem trabalha);
Porteiro/a, Padeiro/a, Balconista,
Atendente de Telemarketing, caixa de supermercado, empacotador/a, secretária/a,
desenhista.
–
Ah! Se você for Jornalista... Ah! Tá explicado!!!!
Tipo isso...
Vivemos, como já venho dizendo,
tempos difíceis. Venho encontrando, aqui e acolá, manifestações de que a luta
sempre valerá a pena, porque sem ela, não seremos AB-SO-LU-TA-MEN-TE! nada.
Mas, estamos cada vez mais
cercados...
As “Casas do Povo” estão virando
lares religiosos em que rezar é uma ordem, não um direito, em que protestar só
pode se for a favor (mesmo se for ruim) e protege-la é mais digno e importante
do que proteger... o povo!
Nossos executivos estão acomunados
ou ajoelhados diante do Capital, dos interesses de Empreiteiras, Imobiliárias,
Bancos, Latifundiários e o escambal.
E nossa Justiça, defendendo a si,
antes de ser justiça de fato!
Mas, como diria Che, o Comandante!,
é uma tarefa grande demais para se dar conta sozinho.
Venham Todos!
Venham
Todas!
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