“Vivo, sou militante.
Por isso odeio
quem não toma partido,
odeio os indiferentes.”
(Antonio
Gramsci – 1917)
O Ano era 1998... Era professor de
Ensino Básico em uma pequena (e grandiosa) escola no Bairro da Iputinga, o bom
e imortal Projeto Nossa Escola.
Em
alguns intervalos, lá na pequena sala dos professores, vez em quando acomodava
o violão.
Eram
tempos de violência espúria do Estado aos Movimentos Sociais, aos Professores,
aos Trabalhadores do Estado que era vendido em pedacinhos, a preços ridículos e
com o próprio Estado Brasileiro financiando seu pagamento, via BNDES, o Banco
Nacional do Desenvolvimento... Era algo como “compre meu carro e se não tiveres
dinheiro para comprá-lo, eu mesmo te empresto”.
Eram
tempos já contatos nesse espaço, no espetáculo anterior de nossa Lona de Circo.
Andávamos
nas Universidades, andávamos nas Escolas, entrávamos em sala de aula,
conversávamos com gente próxima (inclusive família) e desconhecida. E eram
muitos os indiferentes.
Claro, deu música...
Apresento: “Os indiferentes de Gramsci”
“Tu
caminhas pelas ruas. / Sujas ruas, tantas cruas ou coloridas. / Teu passeio é
tranqüilo? / O que escondem e aguardam / as sombras do velho monumento. / Tão
velho quanto a dor inconseqüente / da violência inconseqüente. / E daí? / ‘Você
não tem nada a ver com isso.’
Olho os
meus passos, não sustentem. / Se o meu peito e minha mente arrebentam / é
magnífico! / São os indiferentes quem odeio. / Sua indiferença não difere / dos
indiferentes. / Eles não sabem cantar... / Eles não querem cantar...
A
substância no meu prato / é miséria p’ra vocês. / Seu consumo é privilégio
zombador, / aprisionando minha escassez. / Em seu embuste, sou inexorável. / Olho
nos seus olhos lamuriados / eterno inocente daquilo que você fez, / daquilo que
você não fez. / Qual a diferença?
Olho nos
seus passos, tão estranhos. / Sua indiferença é abolia, / é covardia,
é sem vida. / Por isso odeio os indiferentes.
/ Sua indiferença não difere / dos indiferentes. / ...eles não sabem voar... /
eles são sabem de nossa poesia.
Tudo o
que transformo me transforma / em asas para eu voar. / Tudo o que eu grito em
meu suspiro / só os loucos podem escutar. / Minha insana lucidez...”
Venham Todos!
Venham Todas!
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
''Tudo o que transformo, me transforma...'' Amei! Vida longa ao Universal Circo...
ResponderExcluirSalva, Claudia...
ResponderExcluirE essas palavras servem a ti e o que representa seus ensinamentos em minha vida...
Grande abraço!
Há braços!
Marcelo,
ResponderExcluirMuito apropriada e atual suas lembranças. A indiferença é o que tem de mais terrível é a expressão da desumanização do humano.
Obrigada por suas reflexões que nos disperta para termos força para criar antídotos contra a indifernça.
bjos
LUCÍLIA DA SILVA MATOS
Marcelo,
ResponderExcluirMuito apropriada e atual suas lembranças. A indiferença é o que tem de mais terrível é a expressão da desumanização do humano.
Obrigada por suas reflexões que nos disperta para termos força para criar antídotos contra a indifernça.
bjos
LUCÍLIA DA SILVA MATOS
Olá, Lucilia.
ResponderExcluirLembremo-nos sempre que as reflexoes particulares são fruto de reflexôes e lutas coletivas.
E, claro, nosso Picadeiro e noss Público está nas lutas coletivas dos Lutadores e Lutadoras do Povo.
Sua arte sempre se faz presente.
Abreijos
Há braços!
Vida Longa!
Beleza, Marcelo. reproduzi no fracebook
ResponderExcluirbj
Salvei Leila.
ResponderExcluirO FACE é legal para o nosso Picadeiro.
Abraços
Há braços!