Já comentei, na última vez que coloquei uma canção por aqui, que é um contexto já relatado em outras passagens: adolescente, com meus 16 anos, no meio do (então) colegial, atleta de remo e o sempre desejo de ter uma banda de rock.
“Horizonte” foi, de certa maneira, uma canção que atravessou os limites da composição silenciosa e fez parte do portifólio do saudoso Afã (que passou a se experimentar apenas em 1989). Uma canção melódica, sem perder a boa tensão do rock, característica da banda.
Mas, o mais interessante desta canção e época é que se trata de uma das primeiras canções bem trabalhadas melodicamente na minha particular relação com o violão. Talvez ainda um pouco ingênua, com poucos acordes, mas bem explorados, vamos assim dizer.
Mas, lembro que foi composta pra uma pessoa à qual recordo seu rosto, sua amizade e a vontade de estar com ela enfrentando a minha incapacidade de “vou beijá-la”... Que viagem!
O contexto desta composição, também, é bastante interessante: O Brasil havia perdido, nos penalts, para a França, na Copa do Mundo do México; à noite, tinhamos um Baile de 15 anos no Salão da Igreja de Santa Terezinha (duas quadras de casa) e um colega (hummm... Cláudio?) era a vontade silenciosa daquela menina, de nome Celina. Saímos do salão, conversando de braços dados e paramos para um abraço. Só um abraço. Até hoje, acho que não era o que ela queria, só um abraço.
No dia seguinte, enquanto a nação brasileira ainda chorava mais uma desqualificação do time de Telê de uma Copa do Mundo, lá estava o velho e bom Di Giorgio de mainha no colo. Sobre Celina, não houve a segunda chance de mais um passeio de braços dados. Mas ela recebeu a canção.
Apresento: “Horizonte”
“Mais uma semana se passa. / Olho as horas no relógio, não vejo o tempo passar. / Meu sonho já se perdeu,/ minha mente dissolveu-se em pensamentos./ Minhas palavras são olhos/ que visam você./ Minhas palavras são cerdas atrás/ de um certo ser.
Olho um horizonte sem espaço de mostrar,/ sem maneira de ter algo de novo./ Olho seus olhos vejo mares sem fim./ Vejo deuses sobre mim./ O horizonte já não se mostra mais./ Foi tomado seu direito./ Uma linha, uma quebra de onda fugaz,/ derramada em meu peito.
Olho um horizonte sem espaço de mostrar./ Sem maneira de ter algo de novo./ Olho nos seus olhos, uma maneira de olhar./ Uma maneira de amar sempre de novo.”
Venham Todos!
Venham Todas!
Vida Longa!
Marcelo “Russo” Ferreira
P.S.: Lembrando que as letras estão registradas em cartório comum. Não vale a pena “plagiar”.
Que sorte e que azar desta Celina... Sorte ela ter recebido uma música tão linda e azar ela ter tido apenas um abraço seu, com certeza ela não queria apenas um abraço!
ResponderExcluirMuvabreijos
P.S.: Uai, (para estar integrada), cadê o palhaço da sua página? Mudou o visual?
Olá, Camila...
ResponderExcluirMudei, coloquei o Circo... Ando revigorando o perfil do Universal Circo Crítico e, em breve, ficará mais Universal, Mais Circo e Sempre Crítico...
Obrigado por sua passagem por aqui.
Muvabreijos