RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Deu na Carta Capital... Sócrates...

Pênalti - Sócrates.
(Emoções à flor da pele)

(…) Há alguns anos, quando um amigo, companheiro do Corinthians, apaixonou-se pela sua futura mulher, transformou-se. Ele, até então pouco preocupado com qualquer coisa que fosse, apegou-se de tal forma a esse sentimento que quase joga fora a sua carreira esportiva. Por paixão, vale tudo!

Poucos dias depois de conhecê-la, tivemos de voar ao Japão para realizar uma excursão de duas semanas. Notamos que ele estava muito diferente do que sempre fora. Em vez de expansivo e alegre, ele estava calado e triste. Encostou-se na sua poltrona, quase nada falou durante as 24 horas de viagem.

Quando lá chegamos, ele provocou o que talvez tenha sido a primeira reunião importante da Democracia Corintiana – para discutir uma possível antecipação para casa e poder revê-la imediatamente.

Alguns argumentaram que aquele gesto poderia atrapalhar os seus planos profissionais e que deveria tentar suportar a ausência da melhor forma possível. Foi quando outro companheiro pediu a palavra. E expôs que em nossa profissão tínhamos de passar por muitas coisas difíceis, pois ficávamos muito tempo longe das pessoas queridas. Nem ao enterro do seu pai ele tivera oportunidade de comparecer em razão da distância que o separava do local da cerimônia. Aquela revelação nos derrubou. E todos se conformaram em carregar a saudade por quinze longos dias

Aquele desespero representava o êxtase, a comunhão de sentidos, a felicidade plena. Nada, nem mesmo a vivência física do sentimento, é maior que aquilo que rumina na alma. Nem o sexo é fundamental. Quando estamos apaixonados, parece que o foco do sentimento somos nós mesmos. Vemo-nos com muito mais carinho e respeito, acreditamos piamente estar acima de qualquer eventual restrição colocada pelo cotidiano. A paixão nos torna fortes como jamais supúnhamos.

E este verdadeiro choque nos potencializa em tudo o que fazemos, inclusive no trabalho. Principalmente para quem pratica algum esporte ou exerce um ofício ligado a qualquer ramo artístico.

Com as emoções à flor da pele, podemos expressar com maior intensidade o nosso talento e o resultado é excelente. Só assim, além da excepcional capacidade funcional, um atleta consegue ultrapassar os obstáculos aparentemente intransponíves como nos Pirineus ou nos Alpes franceses”.
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=4716


O trecho é de um artigo semanal que o Sócrates, ex-jogador do Corinthians e da Seleção Brasileira nas Copas de 82 e 86, escreve semanalmente na Revista Carta Capital e sua reflexão se conduz ao mencionar o limiar do esforço físico que ciclistas experimentam o Tour de France, com longas e íngremes subidas. Conclue que somente a paixão (pelo ciclismo?) é capaz de levar o homem/a mulher a isso.

Durante a leitura, optei por afastar-me, esse semana, das reflexões em torno das notícias da Semana que Carta Capital publica, pois o Sr. Sócrates, como pouco em seus artigos, me provocou reflexões interessantes – em que pese o “principalmente” do penúltimo parágrafo – e, acredito, também o faria com tantos outros leitores.

Da minha parte, a lembrança de ter tido, digamos assim, em meu último grande amor/paixão (quando ainda plainava meu cotidiano em Brasília) um momento importante de transformação de minha vida e pessoa e que, significativamente, foi determinante para o quem sou hoje, para o onde vou, para o que estou construindo, bem como o com quem e contra quem estou construindo. E, apesar do distanciamento ocorrido, sempre sou grato à aquela paixão particular.

Venham Todos!

Venham Todas!


Vida Longa!

Marcelo "Russo" Ferreira


Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira