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domingo, 19 de julho de 2009

O Universal Circo Crítico... Dia do Amigo...

"Amigo é coisa p'ra se guardar..."
(M. Nascimento e F. Brant)


Vai ser só amanhã, dia 20 de julho, o Dia do Amigo!

Mas, como boa parte das “Datas Comemorativas” mundo afora, todo dia é dia do/a Amigo/a e, como acredito que todos/as que passeiam por aqui, no Universal Circo Crítico, têm amigos/as, penso que hão de concordar comigo.

O Aniversário de nossos/as amigos/as é, de certa maneira, o Dia de nossos/as amigos e sempre lembramos. Um abraço, um telefonema, um e-mail, a velha (velha?) mensagem no orkut, um cartão, a festa, a cerveja, enfim, comemoramos o Dia DO/A Amigo no seu aniversário.

Também outras datas acabam sendo Dia do/a Amigo/a: Natal, Páscoa, Casamento (quem é casado, o é com amigos/as, não com inimigos, acredito), Dia dos Namorados, Dia dos Pais, das Mães, dos Avós (que será no próximo dia 26 – por que não tem o Dia dO Vô e outro dA Vó???), enfim, o Dia do Amigo (que também é da Amiga) é mais uma daquelas datas que nós, pobres mortais, inventamos até com boas intensões, mas que, no fundo, no fundo, apenas dá destaque a algo que verdadeiramente temos de mais precioso na nossa vida: a(s) amizade(s). E que, pelo menos aparentemente, o consumo ainda não encontrou uma fórmula mágica para lucrar mais.

Foi pensando no Dia do Amigo e, particularmente, nos meus dias de férias, período em que, também, aproveito para retomar algumas leituras e filmes deixadas de lado por um tempo, que me deparei com algumas bonitas lições de amizade.

A Primeira lição vem de “O Caçador de Pipas”, um livro que uma ex-aluna (portanto, uma amiga) da Universidade me presenteou e que apenas neste período pude ler com calma e certa devoção. Logo nas primeiras páginas, a fala de um dos personagens (Hassan) é extremamente significativa: “Por você, faria isso mil vezes!”, fala que se contextualiza ao longo da primeira parte do livro, a infância dele e de Amir, o protagonista central do romance. Mas, mais adiante (sugiro a leitura do livro para entender), ainda que escondido em sua adolescente covardia, o mesmo Amir reflete: “Naquele momento, eu o amei, mais do que jamais amei qualquer outra pessoa (...)”. Quando aprendemos (e como ensinamos aos nossos próximos, amigos ou parentes) a amar nossos amigos? Como é dizer (ou apenas concluir) sobre o amor que sentimos de nossos amigos?

No alto dos meus quase 4.0 de vida, já havia concluído sobre muitos amigos os quais tinha certeza deste sentimento, mas, incrível a fragilidade humana, nunca disse “Eu te amo!” a um amigo, a uma amiga. “Você é especial!”, “Gosto p'ra caramba de tu!”, “Obrigado por sua amizade!”, “Fico devendo essa!”, mas nunca “Eu te amo!”...

E, seguindo a minha ode à literatura destes dias, passou-me por uma hora um pequeno livro infanto-juvenil chamado “Um fantasma ronda o acampamento”, da Editora Expressão Popular. Uma pequena aventura contextualizada no dia-a-dia de um Acampamento Sem Terra, e que conta a história de duas crianças, Mariara (ou simplesmente Iara) e Oziel, mais um terceiro amigo, o adolescente Otacílio e como a amizade entre eles, entre eles e uma pequena cachorra que recém havia parido e deles e de seus pais com a história da Luta de Trabalhadores Rurais Sem Terra, descobre como os Latifundiários tentaram assustar aqueles militantes em uma ocupação de terra. Em determinado momento, sutilmente, a história do pequeno Oziel é contada: assim batizado por seu pai, que era amigo de um militante que havia tombado em Eldorado dos Carajás, Oziel Pereira. E, neste pequeno conto infanto-juvenil, mais uma grande história de amizade entre aquele lutador que tombou (Oziel Pereira) e o pai do pequeno Oziel.

Mas, nesta data, particularmente neste ano, em vários momentos das leituras acima (e não necessariamente durante essas leituras) pensei em todas as amizades que vieram e ficaram, assim como aquelas que vieram e se foram (experiência não tão interessante assim, mas com a qual sempre nos arriscamos, quanto mais confiamos em nossas amizades). Já falei sobre elas em 2008, aqui no Universal Circo Crítico e, também, no ArcaMundo.

Nessas idas e vindas, lembrei-me de uma passagem de um dos filmes que mais me tocaram a alma e o coração. Falo de “V de Vingança” (título extranho para um tema como esse) e, em especial, em uma cena em que a jovem Evey, prisioneira, recebe cartas de Valerie, presa na cela ao lado (outra indicação: assistam). É o final destas cartas, escritas em rolos de papel higiênico, que reproduzo abaixo:

“(...) Parece estranho terminar a vida num lugar estranho. Mas durante três anos eu tive rosas e não pedi desculpas a ninguém.

E morrerei aqui. Cada pedacinho do meu ser perecerá. Cada pedacinho, menos um, o da integridade.

É pequeno e frágil e é a única coisa que vale a pena ter. Nós jamais devemos perdê-lo, nem deixar que o tomem de nós.

Espero que, quem quer que você seja, escape daqui. Espero que o mundo mude e a vida fique melhor. Mas o que mais quero é que entenda a minha mensagem quando falo que mesmo sem conhecer você, e mesmo que talvez jamais conheça você, ria com você, chore com você ou beijo você, eu amo você.

De todo o meu coração, eu amo você.

Valerie”


Feliz Todos os Dias do Amigo!


Venham Todos!

Venham Todas!


Vida Longa!


Marcelo “Russo” Ferreira

2 comentários:

  1. OBRIGADA por me fazer lembrar e poder dizer o quanto os amigos sao importante em minha vida. Sentir e poder expressar o quanto é forte o sentimento. Dizer sim EU TE AMO mais uma vez a esse amigo que nos faz feliz por exstirem, e ainda por existirem convivendo com a gente.Bjos RE

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  2. Me lembrei de um filme lindo, meio antigo, Nunca te vi sempre te amei, sobre uma amizade q percorreu décadas, através de cartas, inclusive no meio da segunda guerra mundial...não sei se saiu em DVD, foi na década de 90 q assiti no cinema em sampa, recomendo vc vai gostar se conseguir encontra-lo.
    abraço amigo

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Marcelo "Russo" Ferreira