RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

sábado, 12 de dezembro de 2015

O que celebrar em 13 de dezembro...?


            E eis que nos aparece mais um ato “Contra a Corrupção”...
            Certamente, prevalecerá a imagem das camisas da CBF, verde-amarela ou azuis, ou verdes (já que tem vários modelos) rostos pintados e tals...
            Prevalecerá a palavra de ordem “Fora Dilma”, “Fora Corrupção” e “A minha Bandeira jamais será vermelha” e outras palavras de blá-blá-ordem...
            De novidade, talvez os Pixulecos, Dilmalecos e outros afins...
            Muito bem possivelmente qualquer cidadão que apareça com uma camisa vermelha, ou acompanhe da janela de sua casa (azar o dele/a) o que não apoia, será insultado.
            E, claro, a Imprensa não vai testemunhar nada disso (os insultos), pois ela é muito azarada nestes flagrantes e, portanto, vai noticiar que o protesto foi pacífico, espontâneo, com festa, Hino Nacional e esperança... e, claro, o escambal...
            Aliás, essa nossa imprensa é tão, mas tão azarada que não conseguiu testemunhar mais um ato do Bom Senso Futebol Clube na última rodada do Campeonato Brasileiro. Muito azarada mesmo...


            E vocês, “Ó baluartes da luta contra a corrupção” (seletiva pra canário!), vão às ruas com a camisa da CBF mandar beijinhos para Rede Globo e Cia.
            Mas, calhou de marcarem essa última manifestação “espontânea” num domingo, 13 de dezembro que, segundo figura no calendário de datas comemorativas, é o Dia do Marinheiro, Dia do Deficiente Visual (que, parece-me, tem a ver com Santa Lúcia, para os cristãos católicos – mas Eduardo Cunha é evangélico... então...) e o Dia do Forró.

            – Então, é um daqueles atos de nau à deriva, sem saber pra onde vai, e festejando mesmo assim? (Palhaço)
            – Meu caro Strovézio... Você mitou novamente!

            Mas, é mais do que simbólico o fato de 13 de dezembro, mais uma vez, brasileiros irem as ruas em 2015 contra o governo e a (uma) corrupção... fora o não menos simbólico “blá-blá-blá” de hipocrisia.
            Agora, as ruas são tomadas (não sei se muito) como manifestação de apoio ao recém aberto processo de Impeachment contra a Presidente Dilma. A hipocrisia de nascença, pois na opinião deste humilde picadeiro de terra batida e lona furada de circo, não faltaram motivos em 2015 para esse mesmo “povo verde-amarelo” ir às ruas.
            Por que não foram as ruas, em frente às sedes da Samarco e da Vale, protestar contra a ganância das mineradoras sobre o ambiente, os rios, as pessoas pobres e humildes que perderam suas casas, família e história?
            

            Por que não foram (aposto que não foram) às ruas nos protestos contra o Eduardo Cunha. Ah! Bora combinar! Faltavam motivos?
                        
1992... quando Eduardo Cunha era Presidente da TELERJ

            – Desencana, Russo... lembra da faixa tipo “Cunha é corrupto, mas está do nosso lado?” (Palhaço)
            – O que dizer, né Strovézio?

            Por que não foram as ruas COM a camisa da CBF protestar contra a corrupção do Futebol brasileiro, dando voz às (ainda que não profundas) do Bom Senso Futebol Clube?
            Por que tanta seletividade na indignação contra a corrupção e desvio de dinheiro público e o silêncio contra a perda de direitos de trabalhadores, jovens, mulheres...?
            Sem falar nas panelas guardadas em horários políticos... O do DEMOcratas, que não usou UM minuto sequer para dizer o que faria ou faz pelo país. Até pensei em colocar aqui a propaganda... mas ia sujar nosso humilde picadeiro.

            Mas... isso não é tudo.
            Não me parece que há coincidência, um mero azar de calendário em busca de um domingo para protestar.
Afinal, marcaram o ato para 13 de dezembro.
Afinal, poderão também celebrar o 47º aniversário da publicação do Ato Institucional número 5, o AI-5.
Arquivo - Observatório da Imprensa
            De todos os Atos Institucionais dos nebulosos, violentos e sombrios tempos da Ditadura Militar, o AI-5 foi o mais duro e violento.
            Na história do Golpe Militar (Civil, Empresarial, Americano...) de 64, o AI-5 foi o Golpe fatal dentro do Golpe.
            Fez de 1968 um ano que durou até 1978, o chamado “Ano que não acabou!” (pensando só na revogação do Ato).
            O AI-5 foi uma resposta do Governo Federal à postura do Congresso que não puniu com cassação de mandato um Deputado Federal (Márcio Moreira Alves) que chamou o povo à NÃO ir às ruas, no 7 de setembro daquele ano.
            Resultado: fechou o Congresso Nacional, interviu nos estados e municípios (criando as figuras de governadores e prefeitos biônicos), baniu direitos, cassou até membros do Judiciário...

            Se no último ato - agosto deste ano - já havíamos testemunhado (como flagrantes) inúmeras imagens deprimentes – não precisamos reproduzi-las aqui – fico imaginando o que virá neste 13 de dezembro...

            A impressão é que não estamos chegando no fundo do poço... a Impressão é que esse poço não tem fundo.
            Reconhecemos que aqui, neste picadeiro, passam aqueles e aquelas que irão às ruas... Convidamos a repensarem...

            Venham Todos!

            Venham Todas!... ao nosso Circo, não às ruas...

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Marcelo "Russo" Ferreira