E
eis que nos aparece mais um ato “Contra a Corrupção”...
Certamente,
prevalecerá a imagem das camisas da CBF, verde-amarela ou azuis, ou verdes (já
que tem vários modelos) rostos pintados e tals...
Prevalecerá
a palavra de ordem “Fora Dilma”, “Fora Corrupção” e “A minha Bandeira jamais
será vermelha” e outras palavras de blá-blá-ordem...
De
novidade, talvez os Pixulecos, Dilmalecos e outros afins...
Muito
bem possivelmente qualquer cidadão que apareça com uma camisa vermelha, ou
acompanhe da janela de sua casa (azar o dele/a) o que não apoia, será
insultado.
E,
claro, a Imprensa não vai testemunhar nada disso (os insultos), pois ela é
muito azarada nestes flagrantes e, portanto, vai noticiar que o protesto foi
pacífico, espontâneo, com festa, Hino Nacional e esperança... e, claro, o
escambal...
Aliás,
essa nossa imprensa é tão, mas tão azarada que não conseguiu testemunhar mais
um ato do Bom Senso Futebol Clube na última rodada do Campeonato Brasileiro. Muito
azarada mesmo...
E
vocês, “Ó baluartes da luta contra a corrupção” (seletiva pra canário!), vão às
ruas com a camisa da CBF mandar beijinhos para Rede Globo e Cia.
Mas,
calhou de marcarem essa última manifestação “espontânea” num domingo, 13 de
dezembro que, segundo figura no calendário de datas comemorativas, é o Dia do
Marinheiro, Dia do Deficiente Visual (que, parece-me, tem a ver com Santa
Lúcia, para os cristãos católicos – mas Eduardo Cunha é evangélico... então...)
e o Dia do Forró.
–
Então, é um daqueles atos de nau à deriva, sem saber pra onde vai, e festejando
mesmo assim? (Palhaço)
–
Meu caro Strovézio... Você mitou
novamente!
Mas,
é mais do que simbólico o fato de 13 de dezembro, mais uma vez, brasileiros
irem as ruas em 2015 contra o governo e a (uma) corrupção... fora o não menos
simbólico “blá-blá-blá” de hipocrisia.
Agora,
as ruas são tomadas (não sei se muito) como manifestação de apoio ao recém
aberto processo de Impeachment contra a Presidente Dilma. A hipocrisia de
nascença, pois na opinião deste humilde picadeiro de terra batida e lona furada
de circo, não faltaram motivos em 2015 para esse mesmo “povo verde-amarelo” ir
às ruas.
Por
que não foram as ruas, em frente às sedes da Samarco e da Vale, protestar
contra a ganância das mineradoras sobre o ambiente, os rios, as pessoas pobres
e humildes que perderam suas casas, família e história?
Por
que não foram (aposto que não foram) às ruas nos protestos contra o Eduardo
Cunha. Ah! Bora combinar! Faltavam motivos?
–
Desencana, Russo... lembra da faixa tipo “Cunha é corrupto, mas está do nosso
lado?” (Palhaço)
–
O que dizer, né Strovézio?
Por
que não foram as ruas COM a camisa da CBF protestar contra a corrupção do
Futebol brasileiro, dando voz às (ainda que não profundas) do Bom Senso Futebol
Clube?
Por
que tanta seletividade na indignação contra a corrupção e desvio de dinheiro
público e o silêncio contra a perda de direitos de trabalhadores, jovens,
mulheres...?
Sem
falar nas panelas guardadas em horários políticos... O do DEMOcratas, que não
usou UM minuto sequer para dizer o que faria ou faz pelo país. Até pensei em
colocar aqui a propaganda... mas ia sujar nosso humilde picadeiro.
Mas...
isso não é tudo.
Não
me parece que há coincidência, um mero azar de calendário em busca de um
domingo para protestar.
Afinal,
marcaram o ato para 13 de dezembro.
Afinal,
poderão também celebrar o 47º aniversário da publicação do Ato Institucional
número 5, o AI-5.
Arquivo - Observatório da Imprensa |
De
todos os Atos Institucionais dos nebulosos, violentos e sombrios tempos da
Ditadura Militar, o AI-5 foi o mais duro e violento.
Na
história do Golpe Militar (Civil, Empresarial, Americano...) de 64, o AI-5 foi
o Golpe fatal dentro do Golpe.
Fez
de 1968 um ano que durou até 1978, o chamado “Ano que não acabou!” (pensando só
na revogação do Ato).
O
AI-5 foi uma resposta do Governo Federal à postura do Congresso que não puniu com
cassação de mandato um Deputado Federal (Márcio Moreira Alves) que chamou o
povo à NÃO ir às ruas, no 7 de setembro daquele ano.
Resultado:
fechou o Congresso Nacional, interviu nos estados e municípios (criando as
figuras de governadores e prefeitos biônicos), baniu direitos, cassou até
membros do Judiciário...
Se
no último ato - agosto deste ano - já havíamos testemunhado (como flagrantes) inúmeras imagens
deprimentes – não precisamos reproduzi-las aqui – fico imaginando o que virá
neste 13 de dezembro...
A
impressão é que não estamos chegando no fundo do poço... a Impressão é que esse
poço não tem fundo.
Reconhecemos
que aqui, neste picadeiro, passam aqueles e aquelas que irão às ruas...
Convidamos a repensarem...
Venham
Todos!
Venham
Todas!... ao nosso Circo, não às ruas...
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Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
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Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira