“A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos,
ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos
e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe,
jamais alcançarei.
Para que serve a utopia?
Serve para isso:
para que eu não deixe de caminhar.”
Hoje, em que pese
celebrarmos o dia de “cumpleaños” de alguns camaradas valiosos e sempre bem
vindos neste nosso picadeiro, nossos artistas e público acordaram tristes...
E ficamos tristes como
já ficamos com nomes ver-da-de-i-ra-men-te importantes na história de nossa
Lona Furada (alguns dos quais, lamentavelmente, não nos pronunciamos... tempos
silenciosos de nosso Circo).
Assim foi também com
pessoas talvez nem tão conhecidas assim, mas que também faziam parte de nosso
público.
Hoje, celebramos
Eduardo Galeano, que nos deixa “ainda moço” para celebrar sua obra com
Saramago, Sócrates, Chaves, Mercedes Sosa e uma tuia de gente pai d’égua, arretada valendo...
O Universal Circo
Crítico sempre teve neste escritor uruguaio, defensor profundo e radical da
luta da América Latina contra a opressão, os resquícios da colonização e o fato
de ainda vivenciarmos a sombra do Imperialismo norte-americano que insiste em
ver nossa gente e nosso lugar como seus escravos e seu quintal.
Galeano nos presenteou
em textos sobre Mulheres, sobre os/as Lutadores do Povo, sobre as
celebrações... Galeano se fez presente em nossos discursos de Formatura...
E ontem, neste final de
domingo, ao invés das Revistas dominicais desta nossa mídia pé-de-chinelo, que
insiste em, cada vez mais, emburrecer nossa gente, nossa juventude, nossas
crianças... eu estava a ler “De pernas pro ar – a Escola do Mundo ao avesso”...
Justo ontem... na
última noite de nosso bravo Eduardo Galeano...
Hoje, o dia foi mais
triste...
Mas, aprendemos também
com ele que a Luta sempre continua...
Eduardo Galeano,
PRESENTE!
Vida Longa a Galeano!
Venham Todos!
Venham
Todas!
Vida Longa...
Caro Russo, penso em Galeano como um farol que ilumina o caminho para que nossos passos sejam mais firmes e certeiros. Penso em Galeano como uma lente através da qual podemos ver a realidade latino-americana e mundial com mais nitidez. Penso em Galeano um ser humano brilhante, comprometido com o seu tempo e com sua gente, inspirador de um novo tempo e formador de gente. Gente que não é gado, gente que se sabe gente, gente que gosta de gente. Tive o prazer de ser apresentado ainda jovem aos textos de Eduardo Galeano. Nas inesquecíveis aulas do professor e amigo João Ramos, Galeano era figurinha carimbada, assim como Enrique Dussel e Paulo Freire. A Utopia, embora já fizesse parte de minha vida desde a adolescência, quando iniciei minha militância política, foi profundamente fortalecida depois que conheci os escritos de Galeano. Com sua morte, sinto que perdi uma referência, mas sei que seu legado, seus textos estarão sempre disponíveis para nunca deixar-me esquecer que é preciso caminhar. Abraços.
ResponderExcluirE por Galeano ser tudo isso para nós, que possamos também sermos tudo isso...
ResponderExcluirGrande abraço, camarada querido...