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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Política, Futebol e Religião...




            Por aqui, penso que todos sabem, esse humilde apresentador é Ateu. E sempre gosto de destacar que o que conduz um Ateu são seus valores, e não a vontade de ir para o Céu ou o medo de ir para o Inferno quando chegarmos ao velho conhecido “desta para melhor”.
            Recentemente, em espaços de “redes sociais” (sociais pero no mucho, afinal, não saboreiam juntos, o riso, a voz, o vinho ou a cachaça...), uma amiga postou um diálogo de um jornalista com José Saramago (autor, dentre outros preciosidades – leitura obrigatória para Ateus e Cristãos, pelo menos – de “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”). Era-lhe perguntado algo como “como podem os homens ser bons sem Deus?”, no que o saudoso escritor português respondia “como o podem, com Deus, serem tão maus?”...
            Diálogo claro, preciso, mas que sempre vem acompanhado de comentários do tipo “na hora da morte, aí sim, lembra-se de Deus” e tals...
            Parece-me, e creio que já refletimos isso anteriormente, que há sempre uma manifesta “punição” das pessoas – talvez em nome do Altíssimo – aos pagãos e aos Ateus. Isso acontece, nem esquento. Se for oportuno, faço uma explicação clara, simples e objetiva. Se não, sigo a vida.
            Mas, ainda que a siga, é como – para entrar no fio da viagem – testemunhar o punir pessoas pelas decisões políticas e pelo time que escolheu torcer. Se meu político é ladrão, sou punido por ter votado nele (é a mais nova vinheta do Superior Tribunal Eleitoral)... Se a torcida de meu time é violenta, também sou violento e preciso ser punido (isso, sem falar no racismo manifesto em torcidas mundo afora). Se sou Ateu, não tenho Deus no coração (óbvio) e, portanto, sou capaz de cometer as barbaridades mais profundas da alma (???) humana e, assim sendo, preciso ser punido.
            Daí, entramos em uma situação que já vivenciamos em 2010 no processo eleitoral brasileiro e que agora toma a forma mais profunda e forte (e as pessoas acreditam nela): a de que para ser um bom governante, senador ou deputado, a veste cristã é mais do que imprescindível... é obrigatória. Não afirmar em campanha que é temente a Deus e não ser reconhecido como homem/mulher de bem. É quase que dizer que a política está, como bem queriam os líderes religiosos mais conservadores e reacionários, refém da religião (mas eles mesmos criticam o islamismo, por exemplo).
            Da mesma forma o esporte: ser atleta e não agradecer ao altíssimo a conquista, é injúria. Se venceu, ganhou o jogo, fez o gol, foi campeão, não foi rebaixado etc., parece-me parecido com a providência divina que Marina Silva mencionou por não ter embarcado no voo que ceifou a vida de Eduardo Campos. Escolhe-se quem é campeão e quem não é da mesma maneira que escolhe-se quem entra num avião que vai cair e quem não entra.
            Bom... Política, Futebol e Religião se discute, mas não necessariamente se misturam.


            São reflexões iniciais de uma lona que ainda esta se “desabarrotando”... Por hora, apenas ratifico uma reflexão "googleiana": "a religião aliada à política é arma perfeita para escravizar..." (deixei-a incompleta mesmo).

            Venham Todos!
            Venham Todas!

            Vida Longa!

            Marcelo “Russo” Ferreira

PS.: Enquanto escrevíamos essa reflexão, soubemos do assassinato de João Antonio Donati, 18 anos, na região metropolitana de Goiânia/GO... mais um jovem homossexual assassinado simplesmente por ser o que é...

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Marcelo "Russo" Ferreira