“E a lona
rasgada no alto
No globo os artistas da morte
E essa tragédia que é viver, e essa tragédia
Tanto amor que fere e cansa”
No globo os artistas da morte
E essa tragédia que é viver, e essa tragédia
Tanto amor que fere e cansa”
(Cordel do Fogo Encantado)
É ousadia... afinal, somos um Circo
Pequeno. Virtualmente, sequer atingimos a marca de 100 seguidores. Até
acreditamos que temos muitos leitores e que o campo de “seguidores” não
necessariamente reflete o tamanho de nosso público.
Sim, somos um Circo Pequeno, de “lona rasgada no alto” e de “sorriso pintado a noite inteira” no meio
da tragédia de nosso mundo, que continua fazendo da humanidade e de tudo que
ela produz mercadoria.
Somos um Circo Pequeno na aparência,
mas grandioso em nosso amor e compromisso com a luta dos Lutadores e Lutadoras
do Povo e por isso somos, também, ousados.
E, por isso, iremos ousar essa
campanha: Vamos falir a Veja (se a Editora Abril ruir junto, também tá
valendo).
Nossa lona lança essa campanha e
reconhece que possui amigos ou apenas conhecidos que lá circularam... ou ainda
circulam. Talvez nossos desafio e ousadia aumentem à medida que essa questão
seja verdade e, daí, também implique em dizer a esses amigos “não compactuem
com a Veja”.
Lembro quando, em outubro de 2006, a
Veja fez questão de fazer uma matéria sobre Ernesto Che Guevara, em função das
celebrações de 40 anos de sua morte e, dentre outras pérolas, a de dizer que
ele fedia como um porco e não tomava banho. Sabe-se lá p’ra que essa
informação, no início da matéria, era tão significativa, considerando a dinâmica
da história de Che em Cuba, anos nas matas em guerrilha e, após a Revolução
Cubana, trabalhando árdua e, também (fora de seus horários de trabalho)
voluntariamente. Mas a ideia era, explicitamente, em uma matéria de cinco
páginas (com muitas imagens) destruir o mito que, à bem da verdade, à época já
possuía inúmeras publicações, grande parte, sérias.
Porém, nesta pauta editorial
pseudo-jornalística, a expressão do medo de nossa mídia tupiniquim sobre o povo.
Em 2006, período eleitoral, Lula e Geraldo Alckmin protagonizavam o debate político
nacional e, para tanto, era importante (sabe-se lá porquê) destruir imagens
revolucionárias. Não que Lula fosse a grande expressão disso, era mais uma
expressão popular. Mas era preciso alavancar a imagem do candidato tucano. Na
época, o inquestionável: o candidato tucano conseguiu perder quase 3 milhões de
votos conquistados no primeiro turno daquelas eleições.
Já em 2009, enquanto vários meios de
comunicação – precisamente aqueles mais comprometidos com as lutas sociais –
denunciavam as quantas andavam os “canteiros de atletas” (principalmente no
futebol), transformando o sonho de jogar bola de milhares de jovens Brasil
afora em uma sina de miséria, pobreza e analfabetismo sem fim e que, portanto,
os devolviam à mesma condição de miséria a qual tentavam escapar por meio do
futebol, a Veja cumpriu a estúpida tarefa de enaltecer as equipes de base dos
grandes clubes, como expressão da qualidade que esta nua e crua realidade
produzia. Porca tarefa.
Mas o principal aqui é nossa
Campanha: Vamos falir a Veja! Alguns poucos e significativos motivos, não
necessariamente em ordem de importância.
Uma revista
semanal que se preza a apresentar matérias com (alguma e duvidosa) importância
jornalística depois de 50 páginas de propagandas, fotos (estilo “Caras” e
“Quem”), frases (sempre) descontextualizadas e pequenos “informes”
jornalísticos, não pode ser uma revista séria.
Uma
revista semanal que se preza a produzir (mal) matérias e fatos onde não existem,
invertendo fatos e nomes, diminuindo a expressão entre dois lados da história
jornalística investigada (sempre favorecendo apenas um lado) não pode ser uma
revista levada a sério.
Vinculado
a isso, uma revista que sempre teve medo de tornar pública suas opções
políticas, principalmente em épocas de eleição, construindo matérias
aparentemente “neutras”, mas sem assumir abertamente sua opção enquanto meio de
comunicação (o que implicaria, portanto, em afirmar o porquê de tal apoio, de
qual lado está, a favor – e porque – de quem está etc.) não tem como ser levada
a sério.
Mais
ainda (e aqui, a expressa manifestação de não termos medo de dizer qual lado
estamos, a favor e contra quem lutamos), uma revista que sempre persegue
trabalhadores, campesinos, operários, Sem Terra, Sem Moradia, Sem Direitos – em
um país (e fora dele, também) em que alguns poucos tem mais direitos de muitos
– e que não abrem mão de lutar de maneira determinante pelo que acreditam, não
é merecedora de respeito.
A Veja
sempre procurou destacar-se (principalmente quando da ascensão de Lula à
Presidência da República) a ser, junto com a famigerada Folha de São Paulo
(entre outros) a verdadeira revista investigativa e de denúncia deste País. Por
muitas vezes jogou no ventilador papel vermelho dizendo que era sangue e, como
tal, saído das mãos de Lideranças Populares.
Mas, nos
últimos tempos, o silêncio pairou sobre o Semanário com nome de “olhar
profundamente” (coisa que abdicou, pelo menos editorialmente). E o fato mais
recente é a impossibilidade de vermos, como sempre gosta de fazer, as matérias
de capa da Revista Veja inclinarem-se a falar sobre os atuais momentos em
Brasília, envolvendo o “baluarte” da ética DEMocrata, Demóstenes Torres (e mais
um balaio de políticas país afora: Perilo em Goiás, Stepan Nercessian no Rio, o próprio
Governador Carioca Sérgio Cabral, o Governador neo-petista do DF e por aí vai)
com Carlinhos Cachoeira. Quando fez menção, não foi no seu velho estilo de
matéria de capa. Mais ainda, como que a própria Revista/Editora está envolvida
nessa lama toda.
Do
contrário, a Revista Veja conseguiu a obra-prima (sic!) de apresentar fúteis matérias
de capa, coroada pela expressão preconceituosa da semana referente a 23 de
abril, defendendo a tese científica de que pessoas altas são mais vencedoras
que pessoas baixas (e a capa, então, nem merece comentários).
Falir a
Veja é simples: quem costuma comprar nas bancas de jornais, aeroportos,
rodoviárias etc., não compre; quem costuma ler em sala de espera de
consultórios e/ou escritórios, recomende não serem mais adquiridas; quem tem
assinatura, não renove (e depois que a editora Abril ligar pela 10ª vez
tentando convencê-lo/a do contrário, processe-a por assédio moral). E não se
afobe com “ler o outro lado da história”. Os jornais de rede aberta de TV dão
conta disso, com a mesma falta de qualidade.
Para
além de falir a Veja (e depois fazemos outras campanhas), precisamos acessar
revistas e/ou jornais sérios. Daí, a campanha contra sempre nos leva a
campanhas a favor. E há a nossa disposição uma quantidade significativa de
revistas e jornais sérios no país: Carta Capital, Carta na Escola, Caros
Amigos, Jornal Pessoal (do Jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto - o maior perseguido do Jornalismo Paraense da Globo, a Família Rômulo Maiorana), Brasil de Fato, Jornal do
MST, Le Monde Diplomatique Brasil (buscar outras)... Já nossos Jornais diários,
esses entram em outro tema.
Ah! E
continuem lendo o Universal Circo Crítico e os blogs que sempre indicamos
Venham
Todas!
Vida
Longa!
Companheiro de ideário, vamos trabalhar juntos para falir a Revista Veja, oxalá o grupo abril, destaco que há muito tempo não perco meu precioso tempo com esse e outros veiculos de comunicação que não estão a serviço de discussões e reflexões sérias, parabéns por mais essa luta.
ResponderExcluirFraternalmente Eula
Olá, Eula.
ResponderExcluirBom lhe ver aqui novamente.
E cada vez que a gente lê alguma coisa, a lama em torno da Veja e dos Civita aumenta...
Que possamos continuar em defesa da imprensa livre, mas responsável!
Abraços
Há braços!