RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Vamos falir a Veja...





“E a lona rasgada no alto
No globo os artistas da morte
E essa tragédia que é viver, e essa tragédia
Tanto amor que fere e cansa”
(Cordel do Fogo Encantado)



            É ousadia... afinal, somos um Circo Pequeno. Virtualmente, sequer atingimos a marca de 100 seguidores. Até acreditamos que temos muitos leitores e que o campo de “seguidores” não necessariamente reflete o tamanho de nosso público.
            Sim, somos um Circo Pequeno, de “lona rasgada no alto” e de “sorriso pintado a noite inteira” no meio da tragédia de nosso mundo, que continua fazendo da humanidade e de tudo que ela produz mercadoria.
            Somos um Circo Pequeno na aparência, mas grandioso em nosso amor e compromisso com a luta dos Lutadores e Lutadoras do Povo e por isso somos, também, ousados.
            E, por isso, iremos ousar essa campanha: Vamos falir a Veja (se a Editora Abril ruir junto, também tá valendo).
            Nossa lona lança essa campanha e reconhece que possui amigos ou apenas conhecidos que lá circularam... ou ainda circulam. Talvez nossos desafio e ousadia aumentem à medida que essa questão seja verdade e, daí, também implique em dizer a esses amigos “não compactuem com a Veja”.
            Lembro quando, em outubro de 2006, a Veja fez questão de fazer uma matéria sobre Ernesto Che Guevara, em função das celebrações de 40 anos de sua morte e, dentre outras pérolas, a de dizer que ele fedia como um porco e não tomava banho. Sabe-se lá p’ra que essa informação, no início da matéria, era tão significativa, considerando a dinâmica da história de Che em Cuba, anos nas matas em guerrilha e, após a Revolução Cubana, trabalhando árdua e, também (fora de seus horários de trabalho) voluntariamente. Mas a ideia era, explicitamente, em uma matéria de cinco páginas (com muitas imagens) destruir o mito que, à bem da verdade, à época já possuía inúmeras publicações, grande parte, sérias.
            Porém, nesta pauta editorial pseudo-jornalística, a expressão do medo de nossa mídia tupiniquim sobre o povo. Em 2006, período eleitoral, Lula e Geraldo Alckmin protagonizavam o debate político nacional e, para tanto, era importante (sabe-se lá porquê) destruir imagens revolucionárias. Não que Lula fosse a grande expressão disso, era mais uma expressão popular. Mas era preciso alavancar a imagem do candidato tucano. Na época, o inquestionável: o candidato tucano conseguiu perder quase 3 milhões de votos conquistados no primeiro turno daquelas eleições.
            Já em 2009, enquanto vários meios de comunicação – precisamente aqueles mais comprometidos com as lutas sociais – denunciavam as quantas andavam os “canteiros de atletas” (principalmente no futebol), transformando o sonho de jogar bola de milhares de jovens Brasil afora em uma sina de miséria, pobreza e analfabetismo sem fim e que, portanto, os devolviam à mesma condição de miséria a qual tentavam escapar por meio do futebol, a Veja cumpriu a estúpida tarefa de enaltecer as equipes de base dos grandes clubes, como expressão da qualidade que esta nua e crua realidade produzia. Porca tarefa.
            Mas o principal aqui é nossa Campanha: Vamos falir a Veja! Alguns poucos e significativos motivos, não necessariamente em ordem de importância.
Uma revista semanal que se preza a apresentar matérias com (alguma e duvidosa) importância jornalística depois de 50 páginas de propagandas, fotos (estilo “Caras” e “Quem”), frases (sempre) descontextualizadas e pequenos “informes” jornalísticos, não pode ser uma revista séria.
Uma revista semanal que se preza a produzir (mal) matérias e fatos onde não existem, invertendo fatos e nomes, diminuindo a expressão entre dois lados da história jornalística investigada (sempre favorecendo apenas um lado) não pode ser uma revista levada a sério.
Vinculado a isso, uma revista que sempre teve medo de tornar pública suas opções políticas, principalmente em épocas de eleição, construindo matérias aparentemente “neutras”, mas sem assumir abertamente sua opção enquanto meio de comunicação (o que implicaria, portanto, em afirmar o porquê de tal apoio, de qual lado está, a favor – e porque – de quem está etc.) não tem como ser levada a sério.
Mais ainda (e aqui, a expressa manifestação de não termos medo de dizer qual lado estamos, a favor e contra quem lutamos), uma revista que sempre persegue trabalhadores, campesinos, operários, Sem Terra, Sem Moradia, Sem Direitos – em um país (e fora dele, também) em que alguns poucos tem mais direitos de muitos – e que não abrem mão de lutar de maneira determinante pelo que acreditam, não é merecedora de respeito.
A Veja sempre procurou destacar-se (principalmente quando da ascensão de Lula à Presidência da República) a ser, junto com a famigerada Folha de São Paulo (entre outros) a verdadeira revista investigativa e de denúncia deste País. Por muitas vezes jogou no ventilador papel vermelho dizendo que era sangue e, como tal, saído das mãos de Lideranças Populares.
Mas, nos últimos tempos, o silêncio pairou sobre o Semanário com nome de “olhar profundamente” (coisa que abdicou, pelo menos editorialmente). E o fato mais recente é a impossibilidade de vermos, como sempre gosta de fazer, as matérias de capa da Revista Veja inclinarem-se a falar sobre os atuais momentos em Brasília, envolvendo o “baluarte” da ética DEMocrata, Demóstenes Torres (e mais um balaio de políticas país afora: Perilo em Goiás, Stepan Nercessian no Rio, o próprio Governador Carioca Sérgio Cabral, o Governador neo-petista do DF e por aí vai) com Carlinhos Cachoeira. Quando fez menção, não foi no seu velho estilo de matéria de capa. Mais ainda, como que a própria Revista/Editora está envolvida nessa lama toda.
Do contrário, a Revista Veja conseguiu a obra-prima (sic!) de apresentar fúteis matérias de capa, coroada pela expressão preconceituosa da semana referente a 23 de abril, defendendo a tese científica de que pessoas altas são mais vencedoras que pessoas baixas (e a capa, então, nem merece comentários).
Falir a Veja é simples: quem costuma comprar nas bancas de jornais, aeroportos, rodoviárias etc., não compre; quem costuma ler em sala de espera de consultórios e/ou escritórios, recomende não serem mais adquiridas; quem tem assinatura, não renove (e depois que a editora Abril ligar pela 10ª vez tentando convencê-lo/a do contrário, processe-a por assédio moral). E não se afobe com “ler o outro lado da história”. Os jornais de rede aberta de TV dão conta disso, com a mesma falta de qualidade.
Para além de falir a Veja (e depois fazemos outras campanhas), precisamos acessar revistas e/ou jornais sérios. Daí, a campanha contra sempre nos leva a campanhas a favor. E há a nossa disposição uma quantidade significativa de revistas e jornais sérios no país: Carta Capital, Carta na Escola, Caros Amigos, Jornal Pessoal (do Jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto - o maior perseguido do Jornalismo Paraense da Globo, a Família Rômulo Maiorana), Brasil de Fato, Jornal do MST, Le Monde Diplomatique Brasil (buscar outras)... Já nossos Jornais diários, esses entram em outro tema.

Ah! E continuem lendo o Universal Circo Crítico e os blogs que sempre indicamos

Venham Todos!
Venham Todas!

Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira



PS.: Fica a sugestão de Leitura do Blog de Luiz Nassif: http://sites.google.com/site/luisnassif02/








2 comentários:

  1. Companheiro de ideário, vamos trabalhar juntos para falir a Revista Veja, oxalá o grupo abril, destaco que há muito tempo não perco meu precioso tempo com esse e outros veiculos de comunicação que não estão a serviço de discussões e reflexões sérias, parabéns por mais essa luta.
    Fraternalmente Eula

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  2. Olá, Eula.
    Bom lhe ver aqui novamente.
    E cada vez que a gente lê alguma coisa, a lama em torno da Veja e dos Civita aumenta...
    Que possamos continuar em defesa da imprensa livre, mas responsável!
    Abraços
    Há braços!

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira