RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Conversa ao pé de ouvido de Gabriel...


Salve, salve, pequeno Gabriel.
            Nosso mais novo pequeno lutador do povo, filho dos jovens Carla e Igor, que este Circo, seus artistas, seu público, conheceu nas andanças do Assentamento João Batista, aqui mesmo em Castanhal.
            Não é a primeira vez que saudamos um Gabriel... Mas cada Gabriel é um Gabriel. Tivemos até o Pedro Gabriel, que chegou ali, na curva da virada de 2010 para 2011. E, como tu, também um pequeno lutador do povo.
            Todo mundo sabe que Gabriel lembra aquele camaradinha (ninguém sabe se lourinho, branquinho de olhos azuis ou o contrário, mas que chamam de anjo) que avisou Maria, mãe de Jesus, que ia ser mãe... E todo professor sabe que o Gabriel da sala é sempre um dos mais espoletas... Como professor, nada contra, desde que sempre tenhamos as espoletagens a disposição do trabalho coletivo e da construção de novos conhecimentos. Isso, nós aprendemos a fazer todos os dias.
            Mas, veja só, né Pequeno Grande Gabriel... chegaste em 11 de setembro, uma data que, há 10 anos, silenciou toda a história da humanidade, como se só existisse um único fato em 11 de setembro. E, para um bom pequeno lutador do povo que és, nos destes um grande, enorme desafio. Saudá-lo no que há de mais expressivo e importante para a sua chegada. E, talvez, seja uma das saudações mais importantes de todas as conversas ao pé de ouvido que já tivemos até hoje. Não que as anteriores não tenham sido, cada qual à sua maneira, importantes. Mas este 11 de setembro de 2011 é, verdadeiramente, um desafio... Esperamos, artistas e sempre aprendizes, dar conta dele.
            Na história da humanidade, mas em função de interesses que estão “acima” de nós, e que enfrentamos todos, absolutamente todos os dias, há um 11 de setembro recente, que, é fato, comoveu-nos, mas se transformou, dia após dia, em um segundo 1º de abril – o tal dia da mentira.
            Um chanceler americano, lá pela década de 30, dizia sobre o que é a verdade e o que é a mentira: A verdade, é aquilo que você quer que as pessoas acreditem. Se você sabe que se trata de uma mentira, mas que não pode ser revelada como tal, conte-a, como se fosse verdade, o tempo todo, ao ponto de até você acreditar que é uma verdade.
            Assim fizeram com os chamados “atentados às Torres Gêmeas de Nova York”. Fizeram o mundo inteiro acreditar que foi Osama Bin Laden o terrorista idealizador destes atentados, que os dois aviões foram seqüestrados, que o passaporte do terrorista suicida caiu nas ruas de N. York e que os prédios ruíram por causa dos aviões... em menos de meia hora após o impacto, verticalmente... Estas e muitas outras mentiras sobre este “atentado” (sempre entre aspas) perduram a dez anos.
            O terrorismo deste fato não foi menor, por exemplo, do que a edição do Ato Institucional número 5 (AI-5) de 1969, editado pelo governo militar (terrorista) brasileiro, responsável pela “legalização” das prisões, torturas e mortes inicadas em 1964 e que seguiram até o os anos 1980.
            Nem o primeiro, nem o segundo foram realizados por heróis. Os dois foram construídos pelo próprio Estado/Governo de seus povos. Os EUA, na insana busca pela legitimação mundial á sua política bélica (idêntica a aquela que orientou a CIA nos anos de chumbo da América Latina, a partir dos anos 60 do século passado). O Governo Militar brasileiro (que, lamentavelmente, renasce nas expressões mais vis de nossa sociedade, hoje, como a imprensa), na tentativa de proteger, na marra, os ideais de quintal do imperialismo americano. Em ambos, os heróis são os que questionaram suas verdades, mentiras tantas vezes repetidas.
            Optamos, apesar das já muitas palavras até aqui, pequeno Gabriel, lembrar de um grande líder, um personagem da história Latino-americana que conseguiu colocar o 11 de setembro duas vezes, em uma única manifestação, na história da humanidade.
            Em 11 de setembro de 1973, o Palácio de La Moneda – sede do Governo Chileno – foi duramente bombardeada por um Golpe Militar, dirigido pelo general e depois ditador Augusto Pinochet e, em 11 de setembro deste mesmo 1973, o Presidente do Chile, democraticamente eleito e sustentado por seu povo, Salvador Allende, era assassinado neste bombardeio. Um presidente assassinado dentro do Palácio do Governo, em seu próprio país.
            Durante o governo de Pinochet, cerca de 30 pessoas foram presas, torturadas e assassinadas... algumas nem nesta ordem, necessariamente. Outros destes, dopados e lançados por aviões e helicópteros no Oceano Pacífico. Dopados, para que morressem afogados.
            Seu povo não apenas resistiu, lutou bravamente, mas deu-nos, assim como outros países latinos (a despeito do Brasil sequer conseguir aprovar um Programa de Direitos Humanos e andar as turras para construir uma “Comissão da Verdade”) uma lição histórica. Prenderam e condenaram seus torturadores e não tiveram sua democracia ameaçada.
            Diferente de tantas conversas que nossos artistas tem com os pequenos lutadores do povo que recebemos, assim como você, neste dia, apenas uma lição parece bastar: o dia 11 de setembro é o dia da verdade, Pequeno Gabriel. E a verdade é revolucionária... assim como você.
            Vida Longa ao Pequeno Gabriel!

            Venham Todos!
            Venham Todas!

            Vida Longa!

2 comentários:

  1. Que nossos pequenos venham a esse mundo e consigam sobreviver a esse dilúvio de mentiras, que como tu disseste Marcelo são contadas até que se transforme em verdade. E que possam sair ilesas da investidura radical e brutal da indústria do comércio que tenta a cada dia drenar o cérebro desses pequenos com propagandas apelativas e com seus ideais de classe média transmitidos nos seus brinquedinhos "inocentes" (imagino que tu nunca tenha visto ainda, mas os horários em que a programação é voltada para o público infantil na tv aberta, se resume a desenhos animados completamente sem sentido e propagandas apelativas)... Infelizmente a cada dia a gente entristece mais com as noticias de adolescentes que dormem por 4 dias na calçada de um estádio pra assistir a um show de um "astro pop" porque o amam, e que ao mesmo tempo maltratam/destratam e muitas vezes até agridem seus professores e familiares. Que nós possamos ter força pra continuarmos nessa luta por nossos pequenos!!!
    Vida longa ao Gabriel!
    Vida longa as Universal circo crítico!
    Abraços Marcelo...

    ResponderExcluir
  2. Camarada de palavras, Diego.
    Uma coisa nos é certa, a mim, a ti, aos nossos queridos e queridas camaradas lutadores do povo: Sempre teremos Força. Como diria a palavra de ordem campesina: "Cansados? Não! Na luta do povo... ninguém se cansa!".
    Vida Longa!

    ResponderExcluir

O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira