RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

O Universal Circo Crítico... Próspera Revolução Cubana...

“Na noite de 31 de dezembro de 1958, para sermos mais exatos às três e quinze da madrugada de 1º de janeiro de 1959, quatro aviões das Aerovias Q partem do acampamento militar de Columbia, nas proximidades de Havana. Fugencio Batista, antes de embarcar no primeiro deles, disse ao general Cantillo que o deixava à testa do país, dos negócios e de todos os seus assuntos, e desapareceu em direção ao nada, ao exílio, a Miami (...)”.
(Paco Ignácio Taibo II)


Próspera Revolução Cubana a todos e todas!

Assim mandei minha mensagem de “saudação” em 2008, a primeira do ano, ainda escrevendo no monumental www.arcamundo.blogspot.com.
E 2008 passou e desejo, novamente, “Próspera Revolução Cubana – que sua história, sua permanente presença e resistência ao Imperialismo nos inspire sempre”. Porque aqueles que não a entendem, fugirão silenciosamente.
Ainda mantenho minha forma de ver e compreender determinadas passagens dos tempos, que se enfatizam como “fim do velho” e “início do novo”, sempre neste período em que fechamos o calendário ocidental de 12 meses. “Adeus ano velho, feliz ano novo!” como se o velho não servisse mais e o que nós precisamos agora é sempre de um “novo”... Quem dera fosse o “novo homem” preconizado por Che, Makarenko, Lênin...
Mas, de qualquer maneira, foi neste calendário de 12 meses que muitas coisas aconteceram em minha particular vida de aprendiz de lutador do povo. Estes 12 meses juntei-os com outros 12 e, por isso, fui juntando 12, mais 12, com outros 12 e tantos 12 que resolvi vê-los em sua história, nas lutas, nos erros, nos acertos, nos desacertos.
Relembrei como tocar algumas das canções que escrevi neste tempo todo (ainda bem que são as que tenho aquela sensação de “ah! Ficou perfeita”), outras não. Escutei uma velha gravação do Afã e, também, coloquei o violão no colo (como sempre) e comecei a tracejar solfejos, notas, palavras: “A verdade é sempre a mesma: muitos pratos sobre a mesa ainda estão vazios. A inverdade é sempre a mesma: a paisagem bela e rara ainda é ganha pão”... Sim, vai sair e com a minha enjoada preciosidade musical, que ainda não encontrou algumas passagens ideais... Falta de prática.
Reaprendi (ainda que não completamente) o quanto é magnífico o confronto de conhecimentos e o quanto que, metafisicamente, se confrontando reconstroem-se; conhecimento vivo, útil, necessário, não importa se nos primeiros anos de aprendizado das letras (e seus significados) ou se quando achamos que sabemos o mundo... Ainda que assim pensemos, não o sabemos. Conhecimento que nos convida a duvidar dele mesmo, que nos impõe enfrentar suas obviedades, suas relações de poder e força. Mais ainda, o quanto ainda são violentos os obstáculos impostos em suas relações de produção, que impedem o homem e a mulher se constituírem como homem e mulher livres e o quanto somos tantos em nossas trincheiras, mesmo que não saibam(os).
Reaprendi (essa lição é, muitas vezes, dura) como somos nós e os outros. Quando confiamos ou não confiamos nas pessoas. E quando estamos certos ou errados, de um ou de outro caso. O quanto somos fortes e fracos, justos e injustos, vítimas e algozes, críticos e ingênuos, solidários e individualistas. Aqueles/as que têm medo do que escutam, mas, pior ainda, os que têm medo do que falam ou silenciam. O quanto somos e não somos.
Reaprendi a ver o tempo, a sentir o vento, a ver a saudade e a escutar o silêncio. Algumas vezes, o silêncio atordoava. Escutando o silêncio, aprendi a compreendê-lo nas pessoas, próximas, do lado e distantes... Não aprendi, talvez, como o silêncio faz para me escutar e, assim, “compreender-me a mim mesmo”.
Reaprendo todos os dias que a solidariedade não se finda em seu ato, principalmente o ato pequeno burguês, de desprendimento daquilo que não me serve mais, ainda que, de tempos em tempos, a natureza roga-se esse poder e testa a capacidade coletiva deste valor. Talvez ela olhe com alegria mas, nas entranhas, testemunhe que ainda não aprendemos o seu real valor (dela e da solidariedade).
Aprendi a dançar, até lundu e, de quebra, pegar o lenço... sem as mãos... sem encostar o joelho no chão (quem é do Pará ou passou – direito – por aqui sabe do que estou falando). Reaprendi a Conversa de Preto, a força da música DO povo, o cheiro da chuva e continuo a falar “bom dia!” aos trabalhadores invisíveis deste país.
Aprendi a ser duro, e terno... ou não. Lição difícil que, para o maior de todos os lutadores do povo que este mundo (e talvez outros) já conheceu, parece ser simples.
Mas, aprendi, reaprendi, esqueci, lembrei, experimentei, duvidei, desafiei, enfrentei, pedagogizei todos os dias... E isso faz com que, entra ano, sai ano, não é o Ano Velho que se vai e sim o que a experiência nos ensina, com suas lições. Não é o Ano Novo que chega, mas os constantes desafios que o Ano Velho havia nos avisado: “Lembrem! Enfrentarás o novo – e conseguirás – se tiver aprendido com o Velho!”. Sem ele, cairás em suas trincheiras.

Nossas Lutas continuam...

Vida Longa!

Venham Todos! Venham Todas!

Marcelo “Russo” Ferreira

PS.: Direitos autorais? Não sei... estive pensando nisso... Mas, se o que eu falei não pertence mais a mim, agora é responsabilidade de tantos quantos, sei lá... Se citares e não te importares em dizer que "Foi o Russo que escreveu", legal... Se não, também legal...

2 comentários:

  1. Ahhh! Que lindo!
    É mais ou menos isso que o final de ano nos traz né? Andei pensando por essas beiras também, mas ainda chamo de ano novo...ahhh, que é novo ainda! hehe!
    Mas é isso né? A coisa não é quadradinha...que graça teria se assim fosse!
    Que continuemos nossas caminhadas árduas rumo ao mundo que sonhamos!

    Há braços!
    E que tenhamos muito mais em 2009!Que bom que parastes por essas terras com os teus!
    Beijinhos!

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  2. Oi Marcelo,
    Me senti dizendo cada uma das palavras que li. Senti a intensidade, a propriedade e ateh um pouco de angustia nao pelas palavras mas, talvez por mim mesma.
    Te vi e me vi e senti saudades de nos, do Df, dos dialogos e das discussoes mas, enfim penso em 2009 como uma construcao para 2010, como 2008 foi para 2009, 2007 para 2008 e assim por "re-diante".
    Beijos fraternos, amigo e apaixonado.
    Antonieta

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O Universal Circo Crítico abre seu picadeiro e agradece tê-lo/a em nosso público.
Espero que aprecie o espetáculo, livre, popular, revolucionário, brincante...! E grato fico pelo seu comentário...
Ah! Não se esqueça de assinar, ok?
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferreira