"As nações marcham
para sua grandeza
ao
mesmo passo que
avança sua educação."
(Simon Bolívar)
Salve, Salve, pequeno Henrique, nosso Pequeno Príncipe
Poderoso e Senhor da Pátria. Chegas com o nosso propósito: “Pátria Livre!” e em
um dia especial. Sempre o é, mas, o nosso picadeiro, nossos artistas e nosso
público celebram sua chegada de maneira especial, pois é hoje, exatamente hoje
que nós saudamos sua chegada.
Esse dia 05 de julho parece que foi, digamos,
milimetricamente calculado. Bom, considerando que vens filho de Lilian e de
Assunção, irmão de Heitor José, é claro que seria assim... perfeito. Nasceste em
Dia de Angus Mac Og que, na mitologia grega, era deus da juventude e da beleza.
Juventude e beleza, para nós, pequeno Henrique, é o que temos de precioso e
coletivo. Nossos amigos, nossa amizade, nossos amor pelos Lutadores e Lutadoras
do Povo, pelos que lutam conosco, nossa luta é sempre jovem, é sempre bela. E não
negamos a velhice ou a feiúra, pois também lutamos por sermos velhos, e lutamos
por sermos, aos olhos da burguesia, feios.
Portanto, Pequeno Grande Henrique, nosso mais novo
Pequeno Lutador do Povo, fazemos exatamente hoje, nossa pequena viagem de
lições, como sempre fizemos até hoje com todos os seus e suas, outros e outras,
irmãos e irmãs Pequenos/as Lutadores/as do Povo.
O
dia 05 de julho é um dia que nossos camaradas bolivarianos da Venezuela celebram
também, pois não foi apenas neste dia, em 1811, que este país e seu povo se
tornou independente, mas foi o primeiro a fazê-lo. É verdade que se tratou de
uma luta que durou cerca de 10 anos, consolidando a sua independência apenas em
1921. O grande personagem foi Simon Bolívar, e que teve sua justa homenagem
feita pelo povo venezuelano: República Bolivariana da Venezuela.
A
história dos Lutadores do Povo é realmente entusiasta, Pequeno Henrique. Nosso
público (ainda que não totalmente) e nossos artistas não apenas sabem, mas o
tempo todo se fazem presentes, com força e luta, dessa história. E, claro, Seus
pais também estão presentes nela. Assim, Pequeno Henrique, nossa primeira lição
para ti: nunca desista de suas lutas, por mais que saibas (ou não) que serão
longas. E Lutas sempre são longas, assim como suas conquistas.
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18 de Copacabana |
A
história do Brasil também nos traz alguns fatos interessantes que, é verdade,
precisam ser bem estudados e compreendidos. Esse apresentador reconhece que tem
seus limites. Mas, como não citar dois “5 de julho”, em 1922 e 1924,
extremamente ligados? Em 1922, neste dia, a história registra o Levante dos 18
do Forte de Copacabana... Bom, eram 301 revolucionários, entre civis e
militares (esses, os chamados de “Baixa batente”, porque as altas batentes,
noutros e nestes nossos tempos atuais, sempre se acovardam e apenas mandam seus
soldados ao front), mas até o fim, firmes em seus propósitos (bem
revolucionários, à época) de acabar com o governo oligárquico e latifundiário
em nosso país, aqueles 18 merecem um lugar de honra na história de nosso país.
Dois anos depois, em 1924, outro levante revolucionário, desta vez em terras
paulistas (São Paulo), culminaria na história Coluna Prestes.
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Coluna Prestes |
Dessas
pequenas e importantes passagens brasileiras, não únicas, mas presentes até
hoje (digamos que a tal “Comissão da Verdade” tenha uma certa herança também
desses fatos), tiramos nossa segunda lição, e que acompanha a lição anterior:
lutas são longas, e a história sempre nos diz com a certeza de um Lutador do
Povo, contra quem lutamos, Pequeno Henrique. E, principalmente, por quem
lutamos.
Como
sempre, Pequeno Henrique, pessoas nasceram (e até ovelhas - Dolly), pessoas
morreram em um 5 de julho. Cidades foram criadas, países ficaram independentes.
Mas, da nossa parte, fazemos apenas duas menções.
A primeira, ha!, a
primeira, é musical. Vais formar uma banda de rock (ou outro estilo, não tem
que ser rock) com seu irmão Heitor, certo? E se precisarem de uma, digamos, inspiração,
que tal Daniel Gildenlöw, guitarrista e vocalista de Paint of Salvation? E
segura o “gogó”, meu Pequeno Lutador do Povo. É uma banda de metal-progressivo
e sueca. Quem disse que só americano sabe fazer rock? E veja, bandas de rock falam de muita coisa,
algumas até bobas, mais p’ra rolar o som e “balançar a cabeça”. Mas Paint of
Salvation também cantaram contra o imperialismo: “Podia ter sido bom, América / Podia ter sido ótimo, América / Terra do
bravo e do livre / Recebendo você e eu /Mas esse Admirável Mundo Novo não é
mais tão novo / Cada dia uma nova loja / Cada ano uma nova guerra / Enquanto
brancos escolhidos governam os pobres / Na América” (America). Portanto, Pequeno Henrique, que a música, a canção, a poesia,
a literatura, a pintura, a dança estejam presentes em toda sua vida. A Arte é
necessária, a cultura é necessária. Não vivemos sem ela.
Mas, agora sim, essa data foi, de-ci-di-da-men-te escolhida, Pequeno
Henrique. E, em que pese eu ter certeza de ter sido uma escolha mútua, sua mãe foi
determinante. Senão vejamos.
Em 5 de julho de 1957, j há 155 anos, nascia Clara Zetkin. Mais do que
uma ativista, uma revolucionária em tempos dos “homens”, mas que naqueles
tempos lutava pelo voto, pelo trabalho igual, salário igual e até pela igual
divisão social do trabalho doméstico. Pode ver aí na sua futura casa: seu pai e
seu irmão têm suas tarefas a cumprir. Hoje, isso é bonito. Mas há 155 anos?
Nossa... que lutadora! Ainda hoje, por exemplo, só assistimos a debates
conservadores e hipócritas sobre a questão da abolição da criminalização do
aborto e ela, já naqueles tempos (em que mulheres não tinham qualquer direito
legal), ela já ousava o seu tempo. Mas suas palavras ecoavam em nome da vida, em nome dos e das trabalhadoras: "A luta contra a guerra imperialista diz respeito a todos nós, pois
trata-se da luta pela grande causa de nossa libertação. Essa luta
somente poderá conquistar a vitória numa frente única de aço, nacional e
internacional, de todos os trabalhadores"... Sábias palavras... ousadas palavras...
Assim, Pequeno Henrique, nossa última lição: ouse no seu tempo! A
ousadia, já dizia Lenin, é o que dá sentido à vida. Ouse na arte, na música, na
dança, na poesia, na pintura... Ouse na luta pelo direito dos pobres, dos
pequenos, dos perseguidos, dos Sem Casa, Sem Terra, Sem Comida, Sem Esperança.
Ouse na história que lhe guarda...
... assim como foram e são ousados seus pais.
... assim como foram e são ousados nossos artistas...
... assim como foram e são ousados nossos sonhos...
Seja bem vindo, Pequeno Henrique!
Vida Longa a Henrique!
Venham Todos!
Venham Todas!
Vida Longa!
Marcelo "Russo" Ferrreira