RESPEITÁVEL PÚBLICO!

VENHAM TODOS! VENHAM TODAS!

sábado, 27 de outubro de 2012

Falando à Cecília...




“Acontece cada vida
na coisa da gente”
(Ditado popular?)

            Mas é exatamente assim... Não sei (talvez não saibamos) se foi uma brincadeira popular de quem escutava a frase “acontece cada coisa na vida da gente” que, ao perceber que algumas dessas “coisas” eram muito maiores do que a “vida” e resolveu colocá-la na ordem certa.
            Não mais do que aos meus nobres amigos Josafá e Etiene (que já saudamos aqui com a chegada de Vinícius - http://www.ouniversalcircocritico.blogspot.com.br/2011/01/conversas-ao-pe-de-ouvido-de-vinicius.html), ao Universal Circo Crítico também cabe essa manifestação... As vidas que chegam e se vão parecem maiores do que nós...
            Assim foi com Cecília... que chega e se vai... e aos nossos artistas e público, a sensação de que não sabemos mais falar ao pé de ouvido de nossos/as pequenos/as Lutadores/as do Povo que chegam e, ao mesmo tempo, ter que dizer “Lá vai...”
            Talvez tivesse chegado como um canto de Victor Jara (que também nasceu em um 28 de setembro)... talvez tivesse partido com um fado de Amália Rodrigues (que cantou seu último fado em um 06 de outubro).
            Lutadores da Causa Trabalhadora do Campo e da Cidade, a memória dos escravos (e ainda escravos) de nosso país tão castigado pela ausência do Estado, a resistência de povos pequenos contra grandes países imperialistas (de hoje e do século passado), a chegada de Mafalda (tira de quadrinhos argentina), países se tornaram independentes... o Mundo, a história, a humanidade viu, assistiu, testemunhou inúmeras façanhas, conquistas e absurdos ente esses dois dias... Entre os dias de nossa conversa ao pé de ouvido de Cecília e nossa celebração: “Lá vai Cecília...”
            Mas, à bem da verdade, nossos Artistas e nosso Público está consternado. Saudar é sempre, para nós, celebrar! Despedir-se também...
            Mas, como diria também outro ditado popular, “cada qual com seu cada qual”...Sua chegada, Pequena Cecília, provoca em nossos artistas e públicos, todos e todas aprendizes de Lutadores e Lutadoras do Povo (ou não), o sentimento firme e convicto deste picadeiro, desta lona de circo furada: a que sempre valerá a pena lutarmos pelo que lutamos e, principalmente, por quem lutamos.
            Afinal... como um mundo de tanta tecnologia, de avanços científicos inimagináveis a maioria absoluta de nossa humanidade não consegue fazer valer a vida? Nós, particularmente aqueles que não se envergonham de se manifestar como aprendizes e sempre Lutadores e Lutadoras do Povo temos uma resposta: porque não serve à humanidade, não serve a vida.
            Temos, humildemente, essa capacidade. E, como hoje, contraditória capacidade: tornarmo-nos mais fortes em nossos propósitos e em nossa luta. Tornarmo-nos mas conscientes de nossa indignação e, portanto, de nossa capacidade única (e de classe) de termos esperança...
            Chegaste no dia de Victor Jara e que também passa a ser Dia de Cecília... para nós. Partiste cedo, levada pela canção portuguesa, o fado.
            A nós, a certeza de declamar, fortemente, de nossos corações revolucionários:

            VIDA LONGA A CECÍLIA!

De ver-me entre tantos e tantos
momentos do infinito /
em que o silêncio e o grito
são as metas deste canto./
O que vejo nunca vi,
o que tenho sentido e o que sinto
fará brotar o momento...”
(Victor Jara, Estádio de Chile, Setembro 1973).

            Venham Todos!
            Venham Todas!

            Vida Longa!

Marcelo "Russo" Ferreira


quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Professor, Professora... Celebrar...!




“Educar é possibilitar
o poder de escola”
Paulo Freire

            E 15 de outubro foi o Dia do Professor (que, à bem da verdade, é uma categoria formada muito mais por professoras!).
            E, nosso humilde picadeiro, nossa lona de Circo furada, nossos/as artistas populares (e lutadores/as), nosso público (do fiel ao eventual visitante, do pertencente ao mesmo lado da trincheira, aos que estão do outro lado) e, também, nossos/as educadores/as de toda forma de educação, pensou sobre o que significa essa data para nós, para “nossos” alunos, para a humanidade.
            E, considerando tudo o que já manifestamos aqui, tantas vezes, mantemos nossa certeza absoluta de que o papel da Educação é transformar.
            Mais do que transformar, mas é a certeza do que queremos transformar e para que queremos transformar... E, por sermos internacionalistas, nunca deixarmos de considerar que ao construir essa certeza, outra se apresenta, inquestionavelmente: contra o que e contra quem queremos transformar.
            Queremos transformar sonhos em realidade...
            Queremos transformar fome em alimento...
            Queremos transformar cercas e apenas fronteiras (e que sejam perfeitamente transponíveis)...
            Queremos transformar o pensamento hegemônico burguês em pensamento proletariado...
            Queremos transformar indignação em esperança...
            Queremos transformar o medo e convicção à luta...
            Queremos transformar a criança, o jovem, o adulto, o idoso em homens e mulheres livres...
            Queremos transformar a educação em liberdade...
            Queremos tudo isso e muito mais...

            Vivemos um tempo em que o pensamento educacional brasileiro (e, claro, além fronteira) cada vez mais educa para a individualização, para o mercado de trabalho, para a manutenção das relações de poder e força do capital.
            Nós lutamos contra isso... do “Seja o melhor” para “sejamos juntos, todos fortes!”.
            Nós somos educadores por que somos lutadores e lutadoras do povo... Ensinamos e aprendemos a assim sermos.
            Lutamos, inclusive contra aqueles “professores” que ensinam, diuturnamente, crianças e jovens (não apenas eles) a aceitarem as coisas como elas (aparentemente) são.
            A aceitarem os heróis que a mídia burguesa cria...
            A aceitarmos os líderes que a elite indica...
            A aceitarmos as ideias de mundo que eles divulgam massivamente...

            Somos professores/as, educadores/as e, acima de tudo, Lutadores do Povo! Nossos livros, nossa caneta, nosso lápis, nossa sala de aula (seja qual e como for) são nossos instrumentos de luta...
            E seguiremos lutando. Enquanto houver opressores e oprimidos, enquanto houver burguesia e proletariado, enquanto houver capitalismo, seguiremos lutando!

            Vida Longa ao 15 de outubro!

            Venham Todos!
            Venham Todas!

            Vida Longa!

Marcelo “Russo” Ferreira

PS.: Lamentamos não termos postado nossa homenagem no dia 15 de outubro propriamente dito...

sábado, 6 de outubro de 2012

Uma Campanha Não-eleitoral: Eleições e Futebol...




 
“A liberdade de eleições
permite que você escolha
o molho com o qual
 será devorado.”
(Eduardo Galeano)



            Hoje, aqui pelas bandas de Castanhal, pudemos participar de uma ação em defesa do Voto Limpo. Ação interessante, em que as pessoas presentes estão cientes e conscientes daquilo que defendem para o momento democrático brasileiro (ainda que burguês) que são as eleições.
            Porém, uma ação que, à bem da verdade, não conseguiu mobilizar (de mobilizar mesmo) a população. Talvez porque não tinha dinheiro envolvido, as pessoas iam por adesão. Até mesmo, entre os candidatos locais, apenas um foi... O que nos dá a impressão de que os demais não tem o compromisso com o Voto Limpo. Mas, se fossem, não significaria muita coisa.
            Estamos, agora, às vésperas de fato das eleições municipais. Há perspectivas de segundo turno em muitas capitais...
– Vai fundo, Rubenixson!!!! Manda ver!!!!
– Calma, palhaços e malabaristas...
– Calma nada! É pra valer!
– ok... também estamos na expectativa aqui em Castanhal... Belém... Rio...
Bom... há toda uma série de expectativas. Tem aquelas que sempre são muito arrepiantes (no sentido da emoção mesmo) e que sempre nos levam a vitórias consagradoras (algumas delas decepcionantes na sequencia, mas não vamos citá-las): Heloísa Erundina em 1988, em São Paulo; Edmilson Rodrigues em 1996, em Belém; João Paulo em 2000, em Recife.. vitórias que os jornais tupiniquins burguesas não anunciavam (muito pelo contrário) e passava a noite pós-eleição quebrando a cabeça para a manchete do dia seguinte que negava a manchete do dia anterior.
Mas, nossa última reflexão antes das eleições é bem “brasileira”: Eleições e Futebol!
É interessante notarmos que os anos de Copa do Mundo foram (e serão) também os anos de eleições para Presidente e Governadores (e seus respectivos legislativos) e sempre esperamos a Copa acabar (ou acabar para o Brasil) para voltarmos nossas atenções ás eleições. Claro, com o empurrãozinho da mídia nativa.
O que me espanta é que essa relação entre Eleições e Futebol, no Brasil (talvez em outros países peladeiros, também) é a de torcida. Como se tivéssemos que votar (ou torcer) para quem “tem chances de ganhar”. E transformamos as eleições – em que pese a representação burguesa de democracia, que não é profunda e verdadeiramente uma democracia – em um jogo de apostas e de números, em que a vitória eleitoral é mais importante que a vitória política.
– O Candidato é bom, aliás, é o melhor, mas não tem chance de ganhar, por isso voto em Fulano...
É incrível como escutei essa frase insistentemente (a frase, não eu escutando) nestes últimos meses.
É claro que quando escolhemos nosso candidato, com afinco, com alegria, indo nas ruas defender o voto nele, ficamos na torcida. É evidente que isso acontece. Choramos em 1989 quando Lula perdeu para o poderio midiático, latifundiário e industrial/empresarial deste país... Assim como fui às ruas, com a bandeira do PT (saudoso...) e do MST em 2000, botando p’ra fora “Trabalhadores no poder!” quando vencemos as eleições em Recife, em 2000.
Esse não é o problema...
O problema é quando apostamos naquele que, aparentemente, é o mais forte.
Bom... se é assim (que bom se não o fosse), lembremos: quantas vezes assististe o jogo de seu time, na condição de franco favorito, e passaste a noite em claro, porque perdeste?
Não façamos isso... que possamos fazer desse próximo domingo a manifestação de maturidade política que tanto perseguimos e que apostemos na vitória política quando formos às urnas. E que ela possa ser uma vitória eleitoral...
O Universal Circo Crítico sabe: isso vale para todos os lados da política, aos olhos de muitos de nossos freqüentadores.
Mas, nosso picadeiro, sempre deixou claro de que lado está, inclusive em processos eleitorais: dos Lutadores e Lutadoras do Povo!

Venham Todos!
Venham Todas!

Voto Limpo e Vida Longa!


Marcelo “Russo” Ferreira